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Pálida, a luz da lâmpada sombria

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Soneto


Pálida, a luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
 
Era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das água embalada...
— Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
 
Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
 
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti — as noites eu velei chorando
Por ti — nos sonhos morrerei sorrindo!