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que não somos pategos — dizia o abade ao Nunes. — Sim, bom é que se persuada... você percebe. — E piscava com esperteza.

— Ora, se percebo! O abade tem andado com uma cábula muito fina. Eu é que me custa a ter mão em mim. A minha vontade era deitar-me de joelhos aos pés dele, e dizer-lhe:

— Deixe estar — acomodava o padre — deixe estar, Nunes. As coisas não vão assim... Quando for tempo, eu lhe direi... Nada de espantar a caça.

O Veríssimo pediu ao abade algum livro para se entreter, e não o obrigar a aturálo. O padre levou-o ao seu quarto, onde havia uma estante de pinho com três lotes de livros. Mostrou-lhe o Punhal dos Corcundas, a Defesa de Portugal, do padre Alvito Buela, a Besta Esfolada, os Burros, e o Novo Príncipe. O Veríssimo levou-os para o seu quarto, excepto os Burros; disse que não gostava de poesia. Falou com louvor