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A ESTRELLA DO SUL

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pedra de cinco karats que vendemos por duzentas libras esterlinas. Então cansei-me de trabalhar para aquelle vadio e comprei um meio oitavo que explorei por minha conta. Mas como sỏ lá apanhava pedras pequenas, descartei-me d'elle ha dez dias. Agora ando outra vez a trabalhar de meias no claim de um homem da Australia, mas n'esta primeira semana nós dois ainda não arranjámos senão cinco libras.

— E se eu achasse uma boa parte de claim para comprar, que não fosse muito cara, o senhor estaria disposto a associar-se commigo para a exploração? perguntou o joven engenheiro.

— Estava, respondeu Thomaz Steel, mas com uma condição, que cada um de nós havia de ficar com o que achasse. Não é porque eu desconfie, senhor Méré. Mas quer o senhor saber ? Depois que aqui estou tenho observado que perco sempre com as partilhas, porque parece que a picareta e o alvião me conhecem, e safo duas ou tres vezes mais trabalho do que os outros!

— Isso talvez me parecesse justo, respondeu Cypriano.

— Ah! exclamou de repente o Lancashireman interrompendo-se. Uma idéa, e talvez seja boa!... Se nós ambos tomassemos dos claims de John Watkins?

— Como diz? um dos claims? Pois não lhe pertence todo o terreno do Kopje?

— Certamente, senhor Méré, mas o senhor sabe que o governo colonial apossa-se d'elle logo que se reconhece como jazigo de diamantes. O governo é que o administra, faz o cadastro e divide os claims, ficando com a maior parte do preço de cessão e pagando ao proprietario apenas uma prestação certa. Na verdade, quando um Kopje é tão vasto como este, essa prestação dá ainda um lindo rendimento, e demais o proprietario tem sempre a preferencia para tornar a comprar tantos claims quantos possa explorar. Ora é este justamente o caso de John