— Mas então que é preciso para morrer? exclamou ela com ansiedade.
Raquel estava em luta cruel que há instantes começara; apertava a cabeça entre as mãos para comprimir as violentas pulsações das têmporas, e ficou assim algum tempo com o queixo enterrado no peito e os olhos cravados no chão. Afinal ergueu súbito a fronte; estranho fulgor desferia sua alma, que rutilou na centelha dos olhos e no sorriso dos lábios.
— O que é preciso para morrer, dizeis vós?...
— Sim! deveis saber; ensinai-me!
— Basta este pó que vedes aqui!
A feiticeira abrira o baú e tirara uma redoma.
— Que é isso?
— Sorve-se o que tem dentro. Vem o sono e dorme-se para acordar com Deus na eternidade!...
— Veneno!...
— Assim o chamam os droguistas; os desgraçados acham nele o maná da felicidade que Jeová chove nos desertos desta vida!
Inesita colou os lábios ao ouvido da feiticeira: