Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/24

Wikisource, a biblioteca livre

sua opressora; vingá-la pela religião e pela inteligência?

— Prometo-te, que o poder que me deres, empregarei em vingar a raça de minha mãe contra a raça que a oprime e cativa.

— Vem, filho.

Abaré conduziu o neto de Paraguaçu à gruta. O efeito desse espetáculo deslumbrante sobre o aventureiro foi mágico; ficou por muito tempo sem palavra nem reflexão, paralisado pela poderosa impressão. O sonho brilhante das minas de prata, que por tanto tempo sorria à sua ardente imaginação, ali estava realizado com um esplendor fantástico.

Tal era a ideia que se apoderara do espírito do aventureiro, e o absorveu por muito tempo. A ilusão, para quem não fosse sabido em mineralogia, era infalível; realmente aquelas bizarras cristalizações, à cega luz que esclarecia as profundas crastas, tinham o brilho embaciado da prata sem polimento.

O velho pajé mostrou-lhe através das fendas do rochedo a veia límpida do rio.

— É daí que as pedras caem de tempo