— P. Mestre!... foi o que teve tempo de dizer.
O jesuíta ao passar conchegara-se ainda mais no hábito, cuja aba levantou sobre o rosto, carregando o sombreiro; mas deixou cair no ouvido do licenciado rápidas e soturnas palavras:
— Silêncio, irmão! À Rua de Santa Luzia, se quereis salvá-lo!
Seguiu apressado rua abaixo, quebrou a esquina, saltou a cerca de um quintal e apresentou-se na varanda de D. Dulce aos olhos espantados da velha Brásia que varria a casa.
Coisas importantes tinham passado dentro da prisão.
O carcereiro acudira a abrir a porta ao sinal do frade. Do limiar o P. Molina volveu de novo o rosto para o prisioneiro:
— Ainda é tempo, filho!
— Não!...
— Morrei pois, vítima de uma pertinácia insensata; mas lembrai-vos na última hora que Deus pode punir-vos mais cruelmente ainda, arrancando-vos o amor e a estima daquela que amastes na terra!
Estácio avançou com um salto de tigre; ele havia compreendido todo o alcance daquela terrível ameaça.