Página:Brasileiras celebres (1862).djvu/141

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pessoas de todas as classes, de todas as idades, de ambos os sexos saiu da matriz da Senhora do Desterro e dirigiu-se a uma pobre choupana.

Abriu-se a porta; parou silenciosamente o acompanhamento, e o sacerdote, conduzindo o santo viático, penetrou na morada da humilde pobreza, no asilo da santa virtude.

Uma mulher, estendida sobre pobríssimo leito; pálida; com as faces enrugadas pelo sulco dos anos; os cabelos longos e brancos; mas ainda com os olhos cheios de vida, refletindo o brilho da vela benta, que ardia ante a imagem do Crucificado, estendeu a mão descarnada, balbuciou algumas palavras repletas de unção e recebeu satisfeita e alegre entre os seus lábios, ungidos pelo anjo da oração, a sagrada partícula, o pão da alma.

Desde então se lhe amorteceram os olhos; puseram-lhe a vela da agonia entre os frios dedos de uma mão, e o crucifixo na outra, e as lágrimas congelaram-se nas rugas cavadas da face. Os lábios, em rápida contração nervosa, deixaram escapar um suspiro lânguido, abafado, e tornaram-se para sempre imóveis...

O acompanhamento apagou os seus brandões, e seguiu silenciosamente pelas ruas por que viera. Um murmúrio surdo e triste derramava, como que a medo, a notícia da morte da beata Joana.

No dia seguinte, as vozes lúgubres e plangentes dos