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DOM JOAO VI NO BRAZIL 721

constitucional, Evaristo Perez de Castro, conhecido antigo do marquez estribeiro-mor. Com Richelieu e seu substitute, o marquez Dessolles, tinham conferenciado e tratado os en- viados confidenciaes argentinos Rivadavia e conego Gomez, valendo-se do intermedio de Lafayette, a quem Marialva alcunhava de "apostolo do republicanismo." A Franca, apoiando o projecto de uma monarchia portenha, apenas ma- nobrava clandestinamente para que o throno coubesse ao Duque de Lucca e nao, como queria a corte do Rio na impos- sibilidade do seu Dom Sebastiao, a um dos Infantes irmaos do Rei Catholico.

Para o marquez estribeiro-mor, em seguida a revolu- gao constitucional hespanhola de 1820, a principal preoccupa- gao passara porem a ser, nao mais Montevideo e o limite do Rio da Prata, si e que alguma vez o fora, sim o proprio, o velho Portugal. Via este exposto a um dos dous perigos: o ataque armado pelos Hespanhoes no intuito de reannexar a monarchia liberal peninsular a conquista de Felippe II, ou o effeito da seducgao exercida sobre o Reino angustiado e menosprezado pela visinha mudanga politica no sentido re- presentativo.

As intrigas hespanholas trabalhavam com effeito em Lisboa para fomentar o espirito de desuniao nacional por meio da exploragao do descontentamento resultante do afas- tamento, ja systematico, da corte de Dom Joao,VI, e os li- beraes hespanhoes - - que, mancommunados com os liberaes francezes e entendendo-se gragas as sociedades secretas e servigo dos contrabandistas da fronteira, tinham be- bido suas inspiragoes alem dos Pyreneus e realizado a re- volucao de Cadiz correspondiam-se com os espiritos adiantados de Portugal, ante os quaes faziam brilhar a es-

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