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748 DOM JOAO VI NO BRAZlf,

Aquella corrupgao na applicagao das ideas era um mal que vinha de traz e que se prolongaria pelo tempo adiante. Esforgos individuaes, isto e, a resistencia poderosa da hones- tidade pessoal de certos governantes podia, servindo de dique, contrarial-a, impedil-a momentaneamente de mani- festar sua influencia devastadora, mas a onda refluia somente para melhor se arremessar, quando nao carregava no reti- rar-se boas intengoes e projectos felizes.

Entre muitas outras cousas excellentes, tentou o go- verno de Dom Joao VI implantar no Brazil a immigragao estrangeira que espiritos desannuvia dos como o de Hippolyto preconizavam, com vista em adiantar a agricultura e as artes, povoar o vastissimo paiz quasi deserto, melhorar tanto no physico como no moral, inoculando-lhe sangue europeu e ideas europeas, a especie humana que n elle habitava, e preparar por fim a aboligao da escravatura.

Linhares tivera um projecto de colonizagao chineza, com o fito sobretudo de ir substituindo o brago servil cuja fonte a Inglaterra ameagava estancar pela suppressao do trafico. Talvez o objectivo do governo do Rio fosse segundo julgavam as instrucgoes dadas ao coronel Maler por occasiao da sua nomeagao para o Brazil (i) nacionali- zar alguns estabelecimentos de industria, mais mesmo do que a dquirir cultivadores.

A Franga preferia naturalmente que qualquer corrente emigratoria se dirigisse para as suas colonias, mas nao dei- xava de encarar a hypothese da escolha recahir de prefe- rencia no Brazil, insinuando que o governo portuguez devia

��(1) Arch, do Min. dos Neg. Eet. de

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