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852 DOM JOAO VI NO BRAZIL

Apoz um momento de silencio, roguei a Sua Magestade quizesse ouvir-me em particular, pelo que foi despedido o criado e assim comecei :

Senhor, Vossa Magestade teve a prova da satisfacgao que experimentei em cumprir um dever que so Lhe poderia ser agradavel, pois que meu Augustissimo Amo so m o dictou para comprazer a Vossa Magestade, que porventura ignora, porem, que se esqueceram com relacao a mim de muitas das formas usadas n essas especies de embaixadas.

El-Rei- -Sim, fiquei muito contente com a embaixada e com o vosso discurso. Escrevei ao meu Ministro.

Eu - - Foi precisamente o que fiz, mas com um vivis- simo pezar de ter sido forcado a protestar, sabendo bem que as intengoes de Vossa Magestade nao eram de que eu tivesse razao de queixar-me; tanto mais quanto Vossa Magestade em pessoa, fallando com o cavalheiro Villalba, manifestou que seria inconveniente reunir a audiencia ao embaixador e a funcgao de grande gala.

El-Rei- -Oh! sim, o cavalheiro Villalba fallou-me muito de vos. Escrevei ao meu Ministro, hem! hem!

Eu - -Nao deixei de protestar, como era do meu dever: alem de que nenhumas precauc,6es tinham sido tomadas para que eu pudesse chegar ao Palacio ; f ui assim obrigado a espe- rar uma hora no sol e no po.

El-Rei - - Estavam as tropas, hem ! hem !

Eu - - Precisamente, Senhor.

El-Rei- -Lord Strangford passava pelo meio d ellas; (sorrindo) eu tinha-lhe dado permissao para isso.

Eu O respeito que se tern na Europa a tropas forma-

das diante das janellas do seu soberano ter-me-hia vedado romper a fileira dos soldados de Vossa Magestade.

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