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DOM JOAO VI NO BRAZIL 895

que tratara dotada de muito mais energia individual, de muito mais espirito de trabalho, de muito mais iniciativa (pushing). Os interesses particulares obravam e impelliam, tornando aguda e instante a lucta economica e social onde d antes havia apathia.

A paixao pela agricultura, pela industria, pela mine- rac,ao, por tudo quanto representasse progresso material e servisse de base a riqueza privada e publica, accendera-se por forma tal que perdera a nogao do meio e chegava pela ambicao a tingir-se de ingenuidade. Assim em 1816, a pro- posito do Institute Academico planejado, se entendia e de- clarava que os jovens destinados a religiao e a magistratura deveriam possuir "conhecimentos de historia natural, agri cultura e artes de que ella depende", sendo os curas obriga- dos, antes de admittidos aos beneficios, a demonstrar, como acontecia na Suecia com os pastores lutheranos, sciencia agro- nomica applicavel ao ensino e aproveitamento dos seus fieis.

Nao existia ainda casa regular de instruccjio d essas materias agronomicas, mas ja alguns conhecimentos techni- cos se poderiam alcangar na aula de agricultura e botanica que, a cargo do competente frei Leandro do Sacramento, comegou a funccionar a 13 de Margo de 1815. Tinha lugar o curso, para o qual entravam alumnos ordinaries e volun taries, que estes nao eram obrigados a exames nem a matri- culas, no Passeio Publico: "e em muitas tardes far-se-hao digressoes pelos montes para estudal-os", dizia o edital que estabelecia esse "ensino de anatomia, physiologia e classifi- caqao das plantas, principios e pratica da agricultura para instrucgao dos proprietarios de engenhos e fazendas."

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