Página:Dom João VI no Brazil, vol 2.djvu/339

Wikisource, a biblioteca livre

DOM JOlo VI NO BRAZIL 903

a da Mechanica de Francoeur por J. Saturnine da Costa Pereira (1813) ; a da Physica de Hauy (1813) ; a da Eco- nomia politico moderna de Herrenschwand ; as elevadas pre- lecgoes philosophicas de Silvestre Pinheiro Ferreira (1813) (i) ; a Chorographla do padre Ayres do Casal sobre que se basearam tantas obras estrangeiras em materia de geogra- phia brazileira, e as Memorias historicas do Rio de Janeiro de Monsenhor Pizarro, aridas no estylo mas fecundas com respeito a documentos e informacoes (2).

(1) Marrocos, como era veso seu, desfazia das lucubragoes do eminente ensaista e tratadista, nos termcs seguintes da sua carta

ao pai, de 19 de Maio de 1813 : " aqui tambem se prega muito,

pro duzindo-se Pianos e Projectos Litterarios, mas ex tanto niliil. Silvestre Pinheiro esta mottido a Projectista e as suas ligoes redu- zem-se a huma mezela scientifioa, que se nao -sabe o que lie : esta- mos no tempo das Grammaticas Filosoficas, e o sistema de todas as Linguas reduzido a huma s6 praxe." Tempos depois, eni carta de 23 de Fevereiro de 1816, voltava a occupar-se do assumpto nos mesmos termos displicentes para o philosopho publicista : "Silvestre Pinheiro, no tempo em que esteve suspenso de seus Lugares, occupou- so em ensinar Filosofia por hum mothodo mui amplo e generico, que abrangia to dos os seus rarn/os : julgo que suas intensoes Lhe sahi- rao mais difficeis na pratica, do que havia concebido, porque sao I roposi^-ocs ii Franceza. Tern publicado alguns folhetos

de suas Prelecgoes, e na introducgao se conhcce a verdade do

que digo acinia. Nao sei se sera erro meu em dizer que Silvestre Pi nheiro he d aiquilles borne ns, que tern a habilidade de infundir vene- i-;u;ao scientifica ; e inculcando-se corit eo encyclopedico, grangea hum partido, que ouvem suas palavras soltas, como vozes de oraculo. J oucas vezes o tenho ouvido fallar, porque ate nisso se quer miste- ri/ar : porem na roda, que o segue, (junndo vein a IJvraria, considero quao fracos somos, quando nos arrasta a opiniilo ! O Padre Joaquim Damazo (por elle ser seu collega Congregado) mo inculca sempre ])or superior a todos, nos tempos actuaes, em luzes e conhecimentos ; e eu, ao contrario vejo nas suas Prelecgoes impressas Definigoes e Theoremas, que ]>or sua ostentagao de novidade so me cauzao riso, ou nojo ; apezar da illustrada Analise, que Ihes fazem os Redactores do Investigation* Portuguez, olevando-as <^s nuvens "

(2) Xas capitanias foi gradual mas moroso o apparecim,ento da imprensa. Em Pernambuco, o prirneiro uso d ella (excepgao feita de urn modes! issimo ensaio, em 1706, logo abafado pela metropole) foi feito pelos revolucionarios de 1817 com os typos e prelo que, com intuitos commerciaes, tinhain sido mandados fir da Inglaterra em ism JM>IO negociante do Recife Ricardo Fernandes Catanho, o qual

se ai>i es1ava a usar dos mesmos apoz auctorlzag&o, dada aos 9 de Xovembro de 1816, pelo marquez de Aguiar com as competenles re- salvas de licenga, revisao e consura. A demora em funccionar a inil>r, iiv;i lYn-a camsatda por n?u> ha\ r >M- aimdn o ft i ciaes de typoigraptila.

�� �