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1006 DOM JOAO VI NO BRAZIL

a gente d ella na crise em que se ve ameagada pela Franqa. Vulcano da-lhe porem a grata nova de ja terem os Portu- guezes lancado o inimigo alem dos Pyreneus, o que, entre parenthesis, nao vai de accordo com o afan pelo proprio pa- trao reccmmendado a faina bellica da sua officina. Apoz uma larga explicac,ao musical e vocal dos motivos da sua perenne e suspeita benevolencia para com os Luzos, retira-se Venus, promettendo aos Cyclopes, como premio da diligen- cia que revelarem, as quatorze nymphas que a servem. As arias que se seguem ao descarado contrato sao obrigadas a compasso de martellos, batendo sobre as bigornas.

No segundo quadro, que representa um bosque, a Paz vem queixar-se de so achar guarida "nos brutos animaes, a que o Olimpo previdente nega razao agugosa." Surge a consolal-a o Genio lusitano, com a esperanga de que os mo- narchas da Britania e Lysia hao de ^azer levantar o seu tem- plo sobre imigos sordidos cadaveres, e de novo a adornando das insignias de que ella se despojara, convida-a a entrar no "sacrosanto alcagar do supremo heroismo" para ver

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A scintillante effigie portentosa

Do Monarca maior, que hao visto as eras.

scilicet Dom Joao VI. A rhetorica e capaz de tudo e me- rece ser perdoada, porque carece dos seus estratagemas de tropos e hyperboles para effeitos scenicos como esse, difficeis de preparar e sobretudo de tornar impressivos.

O Genio luzitano conduz de passagem a Paz a forja de Vulcano, afim de admirarem as armaduras dos Portu- guezes, que transportam para o templo do Heroismo, no fundo do qual se desenha o regio pacato retrato. Alii encon-

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