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1020 DOM JOAO VI NO BRAZIL

em mudanga para la ( I ) , aggravando com esse bcato de trasladacao - - depois dos fidalgos, os mercadores - - a acri- monia popular. O povo, ainda que pobre, sente como si sua fosse a emigragao da fortuna. Ja parecia demafs.

Soldados que iam para o Brazil, la ficavam como colo- nos, si escapavam dos combates; navio que para la fosse, tambem ficava para guardar e alargar o dominio pelo qual se perdera de amores o monarcha fidelissimo, cujo proceder para com Portugal, escrevia de Lisboa Lesseps (2), pro j vava cada vez mais que Ihe importavam pouco sens destines e que somente buscava utilizar todos os seus recursos para di- latar os estados reaes na America. Na realidade qualquer movimento portuguez tinha que ser um movimento separa- tista e justificado pelo brazileirismo, de sentimentos e de in- teresses, da corte de Dom Joao VI.

Quando um dia - - tao patente se f azia a tendencia Maler quizera carregar a fundo sob-re Barca a proposito da expedicao do Rio da Prata e aventara como uma consequen- cia provavel e funesta da politica do gabinete do Rio leur avant-poste - - foi-lhe friamente respondido que o governo se achava preparado para tal eventualidade, que se nao as- sustava com ella e que de coracao leve renunciaria a Eu- ropa, ficando de todo americano (3).

Tao deliberado parecia o proposito de despovoar de defensores e reduzir a miseria extrema os antigos estados da monarchia, em vez de acudir-lhes o soberano com sua pre- senca, que chegou a correr a ter-se por verdadeiro o boato de haver Dom Joao VI feito appello a nobreza, auctorizando-a a alienar seus morgadios europeus e transferir-l l hes o producto

��(1) Corresp. de Lesseps, ibidem.

(2) Offrcio de 2 de Maio de 181T. (8) Corresp. de Maler, ibiflvm.

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