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DOM JOAO vi NO BRAZIL 1023

hesitar Ihe reconhecia tal caracter, afigurando-se-lhe bem complicado ser a urn tempo Rei de Portugal e Rei do Brazil e proceder paternalmente ipara com dous povos com designios tao antagonicos, um d elles so podendo viver de monopolio, o outro so respirando com sua suppressao. Uma vez conhecido o Brazil, mais se Ihe radicou entao esta impressao.

Entre as notas tomadas na Bahia, encontra-se a se- guinte: "Das difficuldaldes que offerece o bello thema da prosper idade possivel do Brazil, uma ha que sempre me ferio vivamente, a da combinagao de tal prosperidade com a do Reino Unido de Portugal. Todas as formulas que dizem respeito a semelhante harmonia apparecem-me n uma confu- sao tao grande, que me sinto invariavelmente succumbir diante do esforgo precise para deslindar a verdadeira, quando d isso cogito. Existem sem duvida principios que devem servir a levantar o edificio da uniao: quereria possuir talento e lazer bastantes para pesquizal-os ; mas renuncio a tanto, pelo menos :por emquanto" (i). Ao voltar ao assumpto, ja encon- traria o Francez a solugao do seu problema prejudicada pela separagao.

N um ponto so se ajustavam os sentimentos collectivos dos dous povos, o portuguez e o brazileiro: na antipathia. a Fnglaterra. Os Portuguezes rangiam os dentes por ver um general inglez occupando de facto o lugar do soberano legi- timo, que a Regehcia so nominalmente representava. Para os Brazileiros constituia a Inglaterra o obice maior a conti- nuagao do trafico negro, que interessava quasi toda a gente e que quasi toda a gente rarissimas eram as excepqoes desejava cordialmente ver prolongar-se

��(1) Tollenare, parte inedita.

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