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1106 DOM JOlO VI NO BRAZIL

gencia e bem assim as instrucgoes que deviam ser deixa das com o lugar-tenente real para guiar sua administragao, na qual serviria de primeiro ministro o conde dos Arcos, alfim chegado ao topo das suas aspiragoes. Achava nao obstante Silvestre que "todas e quaesquer instrucgoes seriao considera- das como desnecessarias e impertinentes", porque tanto Dom Pedro como Arcos andavam embalados por ideas erradas dos seus respectivos talentos, prestigio e popularidade.

"Estam na lisongeira e portanto indestructivel illusao de que apenas o Brazil se entregue ao seo Governo obede- cera com docilidade aos seos acenos: que debaixo do unico nome de Brazileiros e de hum so Imperio os Povos desde o Rio da Prata ate ao Amazonas formarao gostosos e tran- quilLos huma so familia: e que Portugal caduco de annos, e acabrunbad o dos trabalhos da Revolugao que vae a acabar Ihe as forgas ou se pefde, e nelle pouco perde o grande Impe rio do Brazil, ou para s-e salvar invoca a protecgao deste seo poderozo Co-estado e pela segunda vez salva o Brazil a Portugal da sua total anniquilagao" (i).

E facto que apenas o movimento da independencia, de- pois de traduzir-se pela acclamagao do Imperador, lograria reunir por suggestao ou por forga o que tao fragmentado andava, que fora opiniao muito vigorosamente exposta por Silvestre, compartilhada ate certo ponto por Palmella mas combatida por T homaz Antonio e outros conselheiros, que na volta p ara Portugal se detivesse o Rei na Bahia, com-o o f Jzera na vinda para o Brazil : d esta vez, porem, na inten-

��(1) Carta XI, ibidem,

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