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pesquizadores, cessadas depois que os trabalhos de Grassi e Dionisi demonstraram ser a fórma semi-lunar do hematozoario destinada á perpetuação da especie no mundo exterior, no organismo do mosquito.

Era possivel, a experiencia o demonstrou, transmittir o impaludismo, de homem a homem, por inoculação intra-venosa.

Verificava-se quasi sempre a reproducção do mesmo typo febril e de identica fôrma parasitaria, no que viram os adeptos da pluralidade do parasita um grande argumento em pról de sua theoria.

O descobridor do hematozoario, porém, e com elle a maioria dos sabios francezes prevaleceram, e prevalecem ainda, firmes na convicção da unidade zoologica do parasita, considerando simples variedades da mesma especie os diversos typos morphologicos observados.

Na França, o Instituto Pasteur de um lado e do outro Blanchard e sua escola, são divergentes no pensar sobre a questão, sendo a unidade do hematozoario defendida por Metchnikoff e seus adeptos e à pluralidade pelos outros.

Na Italia, Allemanha, Inglaterra, Austria e America a quasi totalidade dos pesquizadores é partidaria da pluralidade.

Vejamos os argumentos de Laveran em favor de sua convicção.

Basea-se o sabio francez, para defender a unidade parasitaria, em duas razões maiores : dellas a primeira é a identidade das fórmas jovens dos hematozoarios de todas as especies dos outros autores ; a outra é a transformação do parasita do impaludismo grave dos paizes tropicaes em parasitas da terça ou da quarta, quando o individuo vae infeccionado dos tropicos para a Europa.

Laveran não considera tambem argumento decisivo em pról da pluralidade a existencia constante das formas em crescente nas febres irregulares, na estivo-outomnal dos italianos, na tropical de Koch.