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Quem, Senhor, celebrando a vossa idade

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Quem, Senhor, celebrando a vossa idade,
Os anos com prazer vos vai contando,
Parece, que vos vai aproximando
Para lograr tal dia a vossa herdade.

Se a conta vos chegara a eternidade,
Contente vo-la iria numerando,
Mas dá-me desprazer a conta, quando
Temo a raia tocar da mortandade.

Com olhos sempre postos na Ordinária
Vos dou os parabéns sem falso engano
De ver-vos contrastando a sorte vária.

Mas se por fim me dais o desengano
(que em vós seria cousa extraordinária)
Direi, que em tal dia fará um ano.