Refutação de todas as heresias/IV/XLI

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Ao colocar uma caveira no chão, eles podem fazer ela falar dessa maneira. A caveira é feita do âmnio de um boi[1]; e quando moldada na figura requisitada, por meio de cera etrusca e goma preparada[2], (e) quando essa membrana é colocada ao redor, apresenta a aparência de uma caveira que parece falar com todos[3] quando o dispositivo é operado; do mesmo modo como já explicamos no caso dos jovens (atendentes), quando, tendo procurado a traquéia de um grou[4], ou outro animal de pescoço comprido, e anexando junto à caveira, o cúmplice diz o que deseja. E quando ele deseja que (a caveira) fique invisível, ele queima incenso, colocando ao redor, (para esse propósito) uma quantidade de carvão; e quando a cera absorve o calor deste, derrete, e desta forma a caveira fica supostamente invisível.

Notas[editar]

  1. O abade Cruice sugere epipleon bwlou, que corresponde ao material do qual a pirâmide mencionada em um capítulo anterior era feita. Ele, porém, não tenta traduzir epipleon. Ele acha que a caveira era preenchida com argila? Esta emendação é forçada.
  2. Ou "cera de" (Cruice).
  3. Ou "eles dizem".
  4. Algumas práticas similares são mencionadas por Luciano em seu Alexander, ou Psendomantis, xxxii. 26 - um tratado de natureza parecida a Treatise on Magic, de Celso (mais tarde aludido por Orígenes em Contr. Cels., lib. i p. 53 ed. Spenc.), e dedicado por Luciano a Celso.