Refutação de todas as heresias/IV/XLII

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Estes são as obras dos mágicos[1] e existem inumeráveis outros destes (truques) que são apoiados pela credulidade dos incautos, por palavras medidas e a aparência de atos plausíveis. E os heresiarcas, impressionados com a artes destes (feiticeiro), imitaram-nos em parte por entregtar suas doutrinas em segredo e ocultamente e em parte por apresentar (essas doutrinas) como se fossem deles. Por essa razão, querendo atenção das multidões, nós fomos o mais diligente possível, a fim de não omitir nenhuma prática[2], para aquele que podem estar dispostos a serem enganados. Nós temos esboçado, não sem razão, em detalhes alguns dos (mistérios) secretos dos feiticeiros, que não são muito necessários, para ser exato, em referência ao objeto em questão; ainda, para o propósito de nos guardar da vil e incoerente arte dos mágicos, possamos ser úteis. Sendo assim, assim como as delineações são factuais, temos explicado as opiniões de todos (os especuladores), dedicando atenção especial em relação à elucidação das opiniões introduzidas como novidades pelos heresiarcas; (opiniões) as quais, assim como a piedade é nossa preocupação, são fúteis e espúrias, e as quais, mesmo entre eles, talvez[3] consideradas de séria preocupação. (Tendo procurado inquirir), parece ser útil que, por meio de uma dissertação resumida, devamos relembrar a memória (do leitor) afirmações que nós já fizemos.

Notas[editar]

  1. A palavra "mágica", ou "mágico", em sua origem, não tem significado sinistro, sendo a ciência professa pelos Magi, que eram uma seita religiosa exclusivista antiga da Pérsia, universalmente venerados pelas suas habilidades matemáticas e erudição em geral. Eram pessoas que praticavam artes malignas que assumiram o nome de "magos", que fizeram com que o termo caísse em infâmia. A origem dos mágicos é atribuida a Zoroastro, e após ter sido criada, fez rápido progresso; porque, como Plínio nos lembra, incluem três dos istemas que mais influenciaram os homens - (1) a arte da medicina, (2) religião, advinhação. Isso corresponde à divisão por Agrippa da mágica em (1) natural, (2) celestial, (3) cerimonial ou supresticiosa. essa última também tem sido chamada de "goética" (cheia de impostores), e é relacionada à invocação de demônios. Isso se originou provavelmente no Egito e rapidamente se espalhou pelo mundo.
  2. Ou "tópico discutido" ou "não deixar nenhum lugar para esses (subterfúgios)", etc.
  3. Ou "você possa supor".