Tudo que sinto, tudo quanto penso
Aspeto
Tudo que sinto, tudo quanto penso,
Sem que eu o queira se me converteu
Numa vasta planície, um vago extenso
Onde há só nada sob o nulo céu.
Não existo senão para saber
Que não existo, e, como a recordar,
Vejo boiar a inércia do meu ser
No meu ser sem inércia, inútil mar.
Sargaço fluido de uma hora incerta,
Quem me dará que o tenha por visão?
Nada, nem o que tolda a descoberta
Com o saber que existe o coração.