Um riso d’ella
Aspeto
Ah! si j’avais des paroles,
Des imagens, des symboles,
Por peindre ce que je sens!
Lamartine. Harm. XIII.
De seus labios terno riso
Me transporta ao paraíso,
Me acende n’alma um volcão;
Mas se é dado com desdem,
Sou qual a murcha cecém
Ao poder do furacão.
Um seu riso brilha tanto,
Com brilha um doce pranto
Nas rubras folhas da rosa,
Como brilha a nivea estrella,
Quando a lua pura e bella
Esconde a face formosa.
Por um riso todo seu
Dar-lhe-ia o sceptro do céu!
Se eu fosse o Omnipotente:
Mas sou pobre trovador,
Dou-lhe a minha harpa d’amôr.
Por um seu riso fervente.