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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS.

De loureiros á sombra, ás castas Musas,
Vós não assoberbais a magestade
Destes montes brasilios, destes bosques!
Desdenha este sumptuoso Paraiso
As sonhadas ficções da mente humana;
Malignos Faunos, pudibundas Nymphas
Nestas virgens florestas não vagueam:
Grande como sahio das mãos do Eterno,
A Natureza é tudo, e excede ao homem,
Que hade bem cedo emparelhar com ella!
Oh placido remanso!.. Aqui a mente
Repousa, e se deleita em contemplal-o;
E no intimo d’alma, que se espraia,
Resôa de seu Deos a voz cadente,
Como resôa em bosques de palmeiras
Vago sopro das auras matutinas.

Raças mil de homens livres sem cultura,
Cuja origem té hoje ignora o mundo,
Estes sertões outr’ora povoaram,
Antes que a industria e as artes, transplantadas