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CANTO I.
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Pelas mãos do Europêo, aqui mudassem
Brutas pedras e troncos em cidades.
Mas quanto, oh Parahyba, quanto sangue
De innocentes indigenas primeiro
Tuas aguas tingio, regou teus campos!

Tu só, Religião sublime e santa
Do Deos por nosso amor martyrisado,
Tu só consolador oleo verteste
Nos ulcerados corações dos Indios.
Tu só com mão piedosa as almas cordas
D’harpa mysteriosa revolvendo
Milagrosos accentos extrahiste,
Que os filhos dos desertos encantaram,
E á tua grei os foram attrahindo.
Si as maravilhas tuas cantar posso,
Meu estro fortifica, aquece-o, anima-o
Co’uma brasa do teu sacro thurib’lo.

Oh! e porque tão frio, tão amargo