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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS.

Pranto verteis, meus olhos magoados?
Tanto dos Indios vos contrista a sorte,
Ou dos nossos maiores a dureza
Com que á escravidão os reduziram?
A escravidão!… oh céos! Quando do mundo
Tão grande crime fugirá p’ra sempre?
Máos, sim, nossos pais foram p’ra com elles.
Torpe ambição, infame crueldade
Os esforços mil vezes deslustraram
Dos primeiros colonos Lusitanos,
Que o amor do aureo metal e feios crimes
A estas virgens plagas conduziram.

Não, dos canhões não foi o echo estrondoso
Que ao Indio impoz terror; nem mesmo a morte;
Que mortes e trovões terror não causam
Aos filhos dos sertões á guerra affeitos,
Que livres deslisavam vida errante;
Foi sim o captiveiro, algemas foram,
Que alguns, ora colonos, de seus pulsos
Aos pulsos dos indígenas passaram;