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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS.

Que nos ares nasceo, nos ares vôa,
E nem n’um tronco só seu ninho tece;
Embora o tronco firme sobre a terra,
Supporte a chuva, e o sol, e o vento, e o raio;
Não tem membros o tronco que o transportem.
Mas nós homens, a quem Tupan deo tudo,
Nós, que livres nascemos nestes bosques,
Porque escravos agora nos faremos? »
Deste geito discorrem os selvagens.

Depois que as praias e os sertões brasilios,
Ribombando o trovão da artilharia
Repetiram taes sons — Tudo isto é nosso —
Viram-se os Indios sob o peso curvos
De asperrimos trabalhos, como brutos,
Que os Portuguezes brutos os julgavam,
Cantando ao som do látego incessante,
Mas cantico de dôr com voz de escravo.

Não mais, grotas, não mais em vós soára
O canto do homem livre! — A liberdade
Trocado havia em lucto as brancas vestes,