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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

« Alli guerra jurámos, guerra eterna
A esses por quem nós tanto soffremos
Sobre o mar, sobre a terra: sangue, sangue,
Guerra, guerra, as florestas repetiram!
De paz não mais se falle ! Guerra, guerra,
Commigo repeti, bravos Tamoyos!
Não ouvis os clamores de vingança
De nossos pais e irmãos qu’elles mataram?
Não ouvis que esta terra está pedindo
Que a livremos dos pés dos Portuguezes?
Quereis que um dia nossos filhos digam:
– Nossos pais foram vis, cobardes foram,
Defender não souberam nossas tabas,
Opprobrio e escravidão delles herdamos!? –
Não, não; tal não dirão: antes primeiro
Morramos todos nós; sim, antes morram
Velhos, moços, crianças e mulheres,
E os filhos qu’inda as mãis no ventre aquecem:
Todos morramos, sim, porém mostremos
Que sabemos morrer como Tamoyos,
Defendendo o que é nosso e a liberdade,
Que antepomos a tudo, e á propria vida.