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Ela será, quando bem se compenetre do seu alto destino, a educadora, que hoje lhe mandam ser, sem lhe darem conhecimentos para isso. Será de novo a verdadeira senhora da terra, que primeiro regou com o seu suor e fez florir com o seu trabalho.

Porque, emquanto o homem primitivo procurava na caça, na pesca e na guerra a satisfacção dos seus instintos grosseiros, iniciando o direito de conquista, a mulher, guarda do tugurio em que se abrigava a familia, iniciando a cultura, a industria rural, a tecelagem, a domesticidade dos uteis animais, preparava a hora solene da civilização.

E como os extremos se tocam quasi sempre, é no extremo primitivismo e na extrema civilização que à mulher é confiado o desempenho do mesmo papel progressivo.

De facto, nos países mais avançados em civilização é a mulher agora chamada ao interesse inteligente pela agricultura. Ao seu amor é entregue a questão maxima da fixação das futuras gerações á terra fecunda e bôa, «onde havemos de encontrar a ressurreição e a vida», na frase de Tolstoi.

Após uma campanha que não tem mais de vinte anos, já a Alemanha contava, antes da guerra, alem de numerosas escolas domesticas agrícolas esparsas por todos Estados da Confederação, centenas delas anexas aos pensionatos femininos.

Alem disto, existiam quatro escolas superiores de economia rural femininas na Saxonia, em Hesse- Nassau e na Baviera.