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Toda a gente conhece, ainda que seja sómente de nome, as peras do Fundão, as maçãs da Beira, as melancias da Covilhã, os «primores» magnificos dos vergeis de Alcobaça, antiga cultura que inteligente propaganda ressuscitou e está valorizando, as azeitonas, as uvas de mesa do Douro, Setubal e Algarve, as cerejas e ginjas lusitanas, já afamadas no tempo de Plinio, que se refere ao apreço que lhes davam na Belgica e no Rheno, sem falar nos melões admiraveis que em diversas regiões se criam em Portugal e podiam ser exportados compensadoramente para terras onde não pódem criar-se e tanto se apreciam — tudo isso representa já hoje uma grande riqueza que, inteligentemente explorada, maior ainda se tornará.

No cultivo, na apanha, na secagem e principalmente no acondicionamento, teem as mulheres o seu lugar marcado, sendo para desejar que em breve possamos vêr as nossas frutas apresentadas com o esmero e limpeza com que apresentam as suas outros países, especialmente a California onde a nossa grande colonia está fazendo o que nós aqui devíamos tambem fazer. Á mulher portuguêsa deve ficar especialmente confiada esta grande industria, como sucede ás mulheres de outros países, que, por certo, não valem mais do que as nossas.

A ela, principalmente, no seu duplo papel de mãe e educadora, cabe a missão de conhecer, para a ensinar aos filhos e aos alunos das suas escolas, a religião da Arvore.