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A SEGUNDA JACA
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— Peguei! — gritou ela e correu para lá com o coraçãozinho batendo. Não há no mundo emoção maior do que a de pegar um saci... Mas pegá-los é o de menos. O difícil é tirá-los de dentro da peneira, porque são espertíssimos e agílimos. O melhor meio é enfiar uma garrafa dentro da peneira. Os sacis gostam do escuro e entram na garrafa. Depois é só tirá-la e arrolhá-la bem.

Tudo isso Emília fez, sempre de acordo com as instruções de Pedrinho, que era o maior mestre na arte de caçar sacis que havia no mundo. E como tudo lhe saísse certinho, ela dava pulos de alegria por estar na posse de um saci. "Se ele não fizer tudo o que eu quero, não o soltarei nunca — e quero ver!"

Dois dias passou a ex-boneca às voltas com o saci, em misteriosas conversas que não acabavam mais. "Que tanto lida Emília com aquela garrafa?" — murmurou Dona Benta — mas sem de nada desconfiar. Ninguém na casa percebeu que a diabinha estava dona de um saci.

Depois de muita discussão, chegaram a acordo: o saci prometeu convocar todos os seus companheiros para a procura do Visconde, em troca de certa quantidade de fumo para cachimbo. Não adicionar a ilustração