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Improvisado ao jantar, no dia dos annos de meu esposo.
 
Soneto.
 

A vida sempre cheia d'amargura,
Té da lyra me fez já olvidar;
Mas veio este almo dia recordar
As melodias suas com ternura.

Vem, ó Musa, inspirar-me com doçura,
Este dia me cumpre festejar;
Do Esposo meu os annos vou cantar,
Para longe de mim a sorte dura!

Banquetes, festas, danças ordenando,
Ao jubilo este dia consagremos,
E do nectar a taça já tomando,

Alegres saudando-o despejemos,
Um brinde, apoz já outro lhe offertando,
Dos fados o rigor hoje affrontemos !