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A uma amiga.
 
Soneto.
 

Foge, formosa Armia, d'escutar
D'esse aligero infante as vas lições;
Lembre-te, que elle é Numen das traições,
Que peitos juvenis quer enganar:

A doce paz em mágoas quer mudar,
Accendendo o ciume aos corações;
Apraz-lhe só cauzar tribulações,
E da vida o porvir envenenar!

Escutou-me sorrindo a bella Armia,
E depois exprimiu-se d'esta sórte:
«Bem sei, que amor destroe nossa alegria,

«E que ás vezes nos dá tormento fórte;
«Mas póde indemnisar-nos n'um só dia
«Das angustias crueis, que dão a morte!..