Página:Poesias de Maria Adelaide Fernandes Prata offerecidas as senhoras portuenses (1859).pdf/117

Wikisource, a biblioteca livre
107
Soneto.
 

Oh! quanto é venturosa aquella virgem
Que ao Senhor se dedica em tenra idade,
Que só acha prazer, felicidade
Nas sacro-santas leis, na sua origem!

E sem esses vãos cuidados, que affligem,
Ella espera tranquilla a eternidade,
Já goza cá na terra a Divindade,
Inspirações do Céo, só a dirigem.

Quanto différe aquella, que pezado
O laço d'hymeneo foi apertar!..
Espinhoso caminho, amargurado.

Com mil tormentos tem de caminhar!
No Consorte, nos filhos o cuidado,
Raras vezes ventura vae buscar!..