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A Alma do Lázaro/II/XXIX

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Misérrimo de mim!... Despedacei a flor que desabrochara entre as urzes de minha alma, e derramava nela o seu mago perfume!... Apaguei a estrela que rompera um instante a procela de minha vida, para infundir-me no seio uma luz celeste!

Úrsula anseia nas vascas da agonia e fui eu que a matei; foi o horror de minha miséria que a assassinou.

Quando pressenti a fatal nova, pela agitação que ia na casa, perdi toda a razão, e precipitei-me pelos aposentos em busca da câmara onde se finava a minha única e fugaz alegria deste mundo.

Perceberam-me os da família; e esquecendo um instante a sua dor, esbordoaram-me com tamanha ira que ali caí sem espírito, com o corpo macerado.

Despertou-me uma reza cantada ali perto, e as luzes das tochas que desfilavam pela praia.

Era o enterro de Úrsula.

Levaram-na à Igreja de São Pedro Gonçalves. Vi deporem seu ataúde na essa rodeada de tocheiros e guardada pelas beatas.

A meia-noite voltarei.