A velhice do Padre Eterno/IV

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As creanças têm medo á noite, ás horas mortas
Do papão que as espera, hediondo, atraz das portas,
Para as levar no bolso ou no capuz d'um frade.
Não te rias da infancia, ó velha humanidade,
Que tu tambem tens medo ao barbaro papão,
Que ruge pela boca enorme do trovão,
Que abençôa os punhaes sangrentos dos tyranos,
Um papão que não faz a barba ha seis mil annos,
E que mora, segundo os bonzos têm escripto,
Lá em cima, de traz da porta do Infinito.