As Doutoras/IV/III
Personagens: OS MESMOS e PRAXEDES
PRAXEDES (Entrando e querendo tirar a criança.) — Vem para o colo de vovô, meu bem!
MARIA — Deixa-o aqui. Ele está tão bem!
PRAXEDES — Mas há dois dias que não lhe faço uma festinha.
MARIA (Falando com a criança.) — Com quem você quer ir? Com o vovô ou com a vovó?
EULÁLIA — Está rindo outra vez! Olhe que gracinha!
PRAXEDES — Se está rindo é por que quer vir comigo. (Tira-o e carrega-o.)
MARIA — És muito desajeitado! Não é assim que se carrega uma criança!
PRAXEDES — Então como é?! Quem é que carregava aquela quando era pequenina? (Indica Luísa.)
EULÁLIA — Lá isso é verdade, senhora! O patrão sempre teve muito jeito para ninar a menina. Todas as vezes que a carregava ao colo ela principiava a berrar que era um Deus nos acuda!
PRAXEDES — O que é isto lá?
EULÁLIA — A verdade manda Deus que se diga, patrão. De uma feita ainda me lembro que até lhe arranhou o nariz!
PRAXEDES — Não é tal, tu é que foste sempre muito bruta!
LUÍSA — Oh! papai, cuidado que está quase a cair. Não o segure assim.