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Compendio de Botanica/XVI

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CAPITULO XVI.

Explicação das Figuras contidas nas Estampas.

ESTAMPA I.

Fig. 1. Cellulas ou utriculos contiguos huns aos outros, cuja fórma depende em geral da resistencia que experimentão, bem comparavel ás bolhas da agua de sabão, formadas pela agitação deste liquido.

Fig. 2. Tecido alongado, ou prosenchyma de Link, ou clostros de Dutrochet, o qual parece ser o resultado da obliteração das cellulas do tecido cellular, e quando se não obliterão totalmente, deixão entre si espaços vasios, que se chamão meatos (meatus intercellulares) de Treviranus, ou vasa revehentia de Hedwig.

Fig 3. Vasos porosos estreitados de distancia em distancia, formando diaphragmas furados de buracos á maneira de crivos, cuja existencia he negada por huma grande parte de Anatomicos.

Fig. 4. Vasos pontuados ou porosos de Mirbel; são tubos continuos offerecendo grande numero de pontos opacos, e se achão nas camadas lenhosas das raizes, troncos, e ramos.

Fig. 5. Falsas tracheas que De Candolle chama vasos annulares, fendidos ou raiados.

Fig. 6. Tracheas ou vasos formados por huma lamina transparente, enroscada sobre si mesma em fórma de espiral, cujos bordos mais espessos se tocão sem deixar entre si espaço algum.

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Fig. 7. Tracheas dobradas, em que a lamina que constitue a espiral he dobrada, e não simples como nas antecedentes.

Fig. 8. Raiz ramosa, isto he, dividida em ramificações mais ou menos numerosas, delicadas, e sempre da mesma natureza, como se observa no carvalho, olmo, e na maior parte das arvores das nossas florestas.

Fig. 9. Raiz fusiforme, isto he, em fórma de fuso, alongada, engrossando na sua parte media, e adelgaçando insensivelmente nas suas duas extremidades, como se vê na raiz do rabão.

Fig. 10. Raiz napiforme, isto he, simples, redonda, engrossando na sua parte superior, adelgaçando e terminando em ponta na sua extremidade inferior, como se nota na raiz do nabo.

Fig. 11. Raiz conica, apresentando a fórma de huma piramide conica inversa, como se observa na raiz da cenoira, beterraba, etc.

Fig. 12. Raiz fasciculada, formada pela reunião de hum grande numero de tuberculos, mais ou menos alongados, partindo todos do mesmo caule, como a raiz dos ranunculos.

Fig. 13. Raiz estolhosa ou rhisoma, a que tambem se dá o nome de raiz progressiva, que he o caule subterraneo das plantas vivazes, como se vê na raiz do sello de Salomão.

ESTAMPA II.

Fig. 14. Tronco das arvores dicotyledoneas formado de camadas concentricas sobrepostas, representando de alguma maneira huma serie de estojos encaixados huns nos outros, augmentando de extensão do centro para a circumferencia, a saber: 1.º no centro o canal medullar formado da medulla, e estojo medullar: 2.º a casca na circumferencia que se compõe de epiderme, camadas corticaes e lenho: 3.º as camadas lenhosas que estão entre a estojo medullar e a casca.

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Fig. 15. Cellulas de que se compõe a epiderme ou cuticula, as quaes são de forma variavel, susceptiveis de estender até certo ponto, alêm do qual se dilacerão.

Fig. 16. Representa a organização das arvores monocotyledoneas, a qual não he regular e symmetrica como nas dicotyledoneas (carvalho, olmo), em que as zonas circulares do lenho, livrilho, e casca não são distinctas, mas sim confundidas humas com as outras, enchendo a medulla de toda a espessura do tronco, e o lenho disposto por fasciculos longitudinalmente.

Fig. 17. Representa o tronco dos fetos arboreos muito similhante na sua organização ao das monocotyledoneas, mas em que o interior do tecido cellular he guarnecido de vasos raiados, reunidos em fasciculos, offerecendo no corte transversal do tronco manchas negras de fórmas variadas, e extravagantes, humas vezes em meias luas irregulares, outras vezes formando figuras singulares, etc.

Fig. 18. Bolbo escamoso, isto he, composto de pequenas escamas, soltas pelos lados, cobrindo-se á maneira das telhas de hum telhado, que se chamão escamas imbricadas, por ex. no lirio.

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Fig. 19. Tuberculos ou bolbos solidos das orchideas, algumas vezes ovaes, globosos, perfeitamente inteiros, como se observa no orchis morio, militaris, mascula, etc.: as raizes que tem estes tuberculos chamão-se tuberculosas, em opposição ás antecedentes que se chamão bolbosas.

Fig. 20. Raiz tuberculosa digitada, isto he, aquella em que os tuberculos são divididos na metade da sua altura em digitações mais ou menos numerosas, e que toma o nome de apalmada, como no orchis maculata.

Fig. 21. Folhas perfolhadas, isto he, aquellas em que o disco he de alguma maneira atravessado pelo caule, como se observa no bupleuron rotundifolium, etc.

Fig. 22. Folhas coadunadas, isto he, folhas oppostas, reunindo-se pela sua base, de maneira a deixar passar o caule no meio dos seus limbos reunidos, como na saponaria officinalis, etc.

Fig. 23. Folhas ovadas.

Fig. 24. Folhas obovadas.

Fig. 25. Folhas ellipticas.

Fig. 26. Folhas lanceoladas.

Fig. 27. Folhas espatuladas.

Fig. 28. Folhas cuneiformes.

Fig. 29. Folhas cordiformes.

ESTAMPA III.

Fig. 30. Folhas reniformes.

Fig. 31. Folhas alabardinas.

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Fig. 32. Folhas rhomboidaes.

Fig. 33. Folhas trapezoides.

Fig. 34. Folhas laciniadas.

Fig. 35. Folhas apalmadas.

Fig. 36. Folhas sinuosas.

Fig. 37. Folhas pinnatifidas.

Fig. 38. Folhas lyradas.

Fig. 39. Folhas roncinadas.

Fig. 40. Folhas acancelladas.

Fig, 41. Folhas arrodeladas.

Fig. 42. Folhas unifolheadas.

Fig. 43. Folhas trifolheadas.

Fig. 44. Folhas pinnuladas.

Fig. 45. Folhas conjugadas, isto he, que tem hum só par de foliolos com huma gavinha.

ESTAMPA IV.

Fig. 46. Folhas trifolioladas, isto he, quando por cima do unico par de foliolos de que são formadas, tem hum foliolo solitario peciolado.

Fig. 47. Folhas bipinnuladas, isto he, quando os peciolos secundarios são outras tantas vezes pinnulados, partindo do peciolo commum.

Fig. 48. Folhas triternadas compostas, isto he, aquellas cujo peciolo commum he dividido em tres peciolos secundarios, divididos cada hum em tres peciolos terciarios, tendo cada hum tres foliolos.

Fig. 49. Foliolos da planta porliera hygrometrica da familia das rutaceas, que se aproximão e collão huns aos outros, logo que a atmosphera se torna nebulosa.

Fig. 50. Folhas das diversas especies de nepenthos, que terminão no seu apice por hum filete comprimido, que sustenta huma especie de urna ôca, coberta com huma tampa que se abre de dia, e se fecha de noite.

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Fig. 51. A. Flores femeas, formadas pelo pistillo acompanhado de huma escama sem outras accessorias, chamadas então flores unisexuaes.

Fig. 51. B. Flores masculas, consistindo simplesmente em hum ou dous estames pegados a huma pequena escama: são flores unisexuaes.

Fig. 52. Envoltura ou involucro floral, isto he, as bracteas ou folhas floraes dispostas symmetricamente, e á roda de huma ou mais flores, de maneira a constituir huma envoltura.

Fig. 53. A cupula, isto he, as bracteas compostas de pequenas escamas, mais ou menos numerosas, apertadas á roda da flor. A. a cupula B. o fructo, como notamos no carvalho, etc.

Fig. 54. A espatha, isto he, o involucro membranoso contendo huma ou muitas flores, que as cobre inteiramente antes do desabotoamento, como no alho, etc.

ESTAMPA V.

Fig. 55. O n.º 1 e 2 representão a lepicena, isto he, a parte formada pelas palhetas mais exteriores da gluma, como na agrostis canina. N.º 3 e 4 representão a gluma das gramineas, a qual he formada de escamas variadas e mais visinhas dos orgãos sexuaes. N.º 5 e 6 representão a glumella, isto he a reunião de dous pequenos corpos de fórma variavel, que se achão situados na parte exterior dos orgãos sexuaes.

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Fig. 56. O calice das orchideas, que se afasta muito das outras plantas monocotyledoneas pela fórma e apparencia exterior, chamado calice em capacete (calix galeatus) (n.º 1) ou de labello (2) ou pequeno labio, e ás vezes em fórma de esporão (calcar), e neste caso se chama labello esporaudo (labellum calcaratum).

Fig. 57. O calice das orchideas, apresentando figuras diversas, ou de huma abelha repousando na planta (ophrys apifera), ou de huma aranha (ophrys aranifera).

Fig. 58. O calice vesicular ou inchado (vesiculosus, inflatus), isto he, calice delgado, membranoso, dilatado, como huma bexiga, muito mais largo do que a base da corolla que o cerca, como no cucubalus behen, etc.

Fig. 59. Calice campanulado, alargado da base para o orificio, que he muito aberto em forma de campanula, como na melitis melissophyllum, etc.

Fig. 60. Calice esporaudo (calix calcaratus), isto he, tendo hum prolongamento ôco na sua base, como no tropaeoum majus, etc.

Fig. 61. Corolla campanulada (corolla campanulata), isto he, quando não apresenta tubo manifesto, porque se vai alargando da base para a parte superior, como na campanula rapunculus, etc.

Fig. 62. Corolla afunilada ou infundibuliforme (corolla infundibuliformis), isto he, quando o tubo he estreito ao principio na parte inferior, e depois se alarga insensivelmente, de maneira que o limbo he campanulado, como se vê na nicotiana tabacum, etc.

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Fig. 63. A corolla afunilada e campanulada das flores synanthereas ou compostas, em que cada pequena flor tem o nome de florão: pertence ás corollas monopetalas regulares.

Fig. 64. A mesma corolla antecedente, porêm o limbo da corolla he lançado lateralmente em fórma de linguetta; cada flor então tem o nome de meio florão, como por ex. os cardos, alcachofras, etc.: pertence ás corollas monopetalas regulares.

Fig. 65. Corolla assalveada (corolla hypocrateriformis) isto he, quando o seu tubo he longo, estreito, não dilatado na sua parte superior, ficando o limbo achatado em cima, de fórma a representar huma salva, como no jasminium officinale, etc.; pertence ás corollas monopetalas regulares.

Fig. 66. Corolla gomillosa ou urceolar (corolla urceolata), isto he, inchada na base como hum gomil ou pucaro, como se vê nas urzes (erica): pertence ás corollas monopetalas regulares.

Fig. 67. Corolla monopetala irregular bilabiada (corolla monopetala irregularis bilabiata), isto he, quando o tubo he mais ou menos alongado; a fauce dilatada e aberta, e o limbo dividido em duas partes, como se vê na melissa officinalis, etc. NB. Corolla particular á familia das labiadas.

Fig. 68. A mesma corolla, cujo labio superior he tão pouco desenvolvido, que parece não existir, ou pelo menos se distingue difficilmente, como se nota nos generos teucrium, e ajuga.

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Fig. 69. Corolla monopetala irregular mascarina ou personada, isto he, o tubo mais ou menos alongado, fauce muito longa, de dous labios desiguaes de maneira a representar o focinho de alguns animaes, no artirrhinum majus, e linaria vulgaris, etc.

Fig. 70. Corolla monopetala irregular anomala, isto he, aquella que he impossivel pode-la comparar com alguma dos typos que acabamos de mencionar, por ex. a corolla da digitalis purpurea, que offerece quasi a fórma de hum dedo de luva.

Fig. 71. Corolla polypetala, em que as petalas ou segmentos são unguiculados, ou de unhas apparentes, como na vitis vinifera, e gypsophylla muralis, etc.

Fig. 72. Corolla polypetala, em que as petalas são convexas, e ôcas, e se assimelhão a hum capacete (petalae galeiformis) como no aconitum napellus, etc.

Fig. 73. Petalas da corolla polypetala acapelladas, ou tendo a fórma de hum capuz, como na aquilegia vulgaris, etc.

Fig. 74. Petalas da mesma corolla esporaudas, isto he, munidas na sua base de hum esporão, como nas violetas, etc.

ESTAMPA VI.

Fig. 75. Corolla polypetala regular cruciforme (corolla cruciformis) isto he, composta de quatro petalas unguiculadas, dispostas em cruz, como observamos na couve, e em toda a familia das cruciferas, etc.

Fig. 76. Corolla polypetala regular rosacea (corolla rosacea), isto he, sendo composta de tres até cinco petalas, dispostas em florão, á similhança das rosas bravas, v. g. na amendoeira, roseira, etc.

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Fig. 77. Corolla polypetala regular cravinhosa (corolla caryophyllata), isto he, formada de cinco petalas, cujos pedunculos são muito alongados, e cobertos pelo calice, que he compridissimo e direito, como no cravo, etc.

Fig. 78. Corolla polypetala irregular papilyonacea, ou em borboleta (corolla papilyonacea), isto he, corolla de cinco petalas muito irregulares, tendo cada huma das suas partes huma fórma e hum nome particular, a saber, (a) estendarte, (b) navetta, (c) azas, como se observa nos feijões, e em todas as leguminosas, etc.

Fig. 79. Estames em geral compostos de tres partes: A. anthera. B. pollen contido nas cellulas de que ella se compõe. C. filete que sustenta algumas vezes a anthera.

Fig. 80. Estames tetradynamicos, isto he, seis estames de huma flor, sendo quatro maiores do que dous, como se observa na cochlearia, e em todas as cruciferas.

Fig. 81. Estames monadelphos, em que os filetes estão unidos pela sua base, até á metade da sua altura, como no geranium, erodium, etc.

Fig. 82. Estames monadelphos da mesma natureza que os antecedentes, porêm reunidos ou pegados em tubo quasi completo: o androphoro divide-se frequentes vezes em tantos pequenos filetes curtos, e distinctos, quantas são as antheras, como nas malvaceas.

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Fig. 83. Estames diadelphos, em que os dous fasciculos, que resultão da reunião ou soldadura dos filetes estaminaes, são compostos de hum igual numero de estames, como na polygala, em que os oito estames formão tambem dous fasciculos ou androphoros similhantes e iguaes.

Fig. 84. Estames diadelphos da mesma natureza que os antecedentes, porêm os dous androphoros sendo desiguaes.

Fig. 85. Estames pelyadelphos, isto he, em que os filetes são reunidos em tres ou mais androphoros; por ex. ha tres no hypericum aegyptiacum, e cinco e mais na melaleuca.

Fig. 86. Antheras formadas de huma unica cellula, ou antheras unicellulares, como em certas cruciferas A., e nas malvaceas B., etc.

Fig. 87. Antheras quadricellulares, isto he, de quatro cellulas, como no junco florido (butomus umbellatus).

Fig. 88. Antheras bigornes (antherae apice acutae), isto he, que tem duas pontas levantadas, como huma bigorna, na urze, medronheiro, etc.

Fig. 89. Cellulas das antheras reunidas mediatamente pela parte superior do filete, o qual se prolonga entre ellas, como em muitos ranunculos.

Fig. 90. Cellulas das antheras afastadas, mais ou menos humas das outras, por hum corpo intermediario manifestamente distincto do apice do filete, cujo corpo tem o nome de connectivo.

Fig. 91. Cellulas das antheras, abertas em duas valvulas sobrepostas, de maneira que a superior fórma huma especie de tampa, como na pyxydanthera.

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Fig. 92. Cellulas das antheras constituidas por pequenas valvulas, que se levantão da parte inferior para a superior, como nos loureiros, etc.

Fig. 93. Estames syngenesicos, em que as antheras são soldadas ou pegadas lateralmente.

Fig. 94. Estames syphysandros, isto he, estames pegados ao mesmo tempo por suas antheras, e filetes, como se observa na maior parte das cucurbitaceas, e lobeliaceas, etc.

ESTAMPA VII.

Fig. 95 e fig. 96. Estames gynandros, isto he, em lugar de serem livres e simplesmente reunidos pelos filetes ou antheras, fazem corpo com o pistillo, estando intimamente unidos com o estilete e estigma. A. Ovario. B. Gynostemo, isto he, supporte commum do estigma e antheras. C. Estigma. D. Antheras.

Fig. 97. Pollen organizado de duas membranas, huma externa mais espessa munida de poros e appendices, algumas vezes mais ou menos salientes: outra interna delgada, transparente e sem adherencia com a precedente.

Fig. 98. A externa rompe-se em hum ponto da sua extensão, e atravez desta abertura sahe hum prolongamento tubular, o qual fórma huma sorte de hernia, que Needham observou pela primeira vez.

Fig. 99. Pollen em que existem prolongamentos sahidos por dous pontos oppostos, em lugar de hum como antecedentemente: observa-se esta disposição na aenothera biennis. Amici observou algumas vezes tres e mais prolongamentos.

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Fig. 100. Pollen solido das orchideas e asclepideas, a que se dá o nome de massa pollinica (massa pollinica, s. pollinium) formada, humas vezes de grãos reunidos por huma especie de rede elastica, (a), como nos generos orchis, outras vezes as massas pollinicas terminão por hum prolongamento chamado cauliculo (b), na parte inferior do qual está hum corpo glanduloso, a que se dá o nome de retinaculo (c). Ás vezes as massas pollinicas são absolutamente granulosas ou farinaceas. Algumas vezes em fim são de huma substancia solida compacta.

Fig. 101. Representa as massas pollinicas granulosas ou farinaceas (massae granulosae s. farinaceae), como no epipactus, loroglossum, etc.

Fig. 102. Representa as massas pollinicas compactas (massae solidae), como nos generos corolorhisa, malasis, etc.

Fig. 103. Pistillo com as suas partes componentes: 1.º ovario: 2.º estilete: 3.º estigma.

Fig. 104. O gynophoro (a), isto he, o prolongamento mais ou menos espesso e saliente, em que está pegado hum grande numero de pistillos quando os ha, e que não pertence essencialmente a elles, ficando no fundo da flor.

Fig. 105. O podogyno, isto he, o adelgaçamento da base do ovario, que levanta hum pouco o pistillo acima do fundo da flor, o qual faz parte do pistillo, e o acompanha em todas as epochas do seu desenvolvimento.

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Fig. 106. Ovario superior (ovarium superum) ou livre no fundo da flor, isto he, quando a sua base corresponde ao ponto do receptaculo, onde se inserem igualmente os estames e os involucros floraes, sem contrahirem adherencia com o calice, como no jacintho, tulipa, etc.

Fig. 107. Ovario adherente ou inferior (ovarium inferum), isto he, quando senão encontra no fundo da flor, parecendo situado na parte inferior do ponto da inserção das outras partes, fazendo corpo por todos os pontos da sua superficie com o tubo do calice, achando-se o seu apice livre tão somente no fundo da flor: como se observa no lirio, narcisso, etc.

Fig. 108. Ovarios parietaes (ovaria parietalia), quando a sua posição he quasi confundida com ovario inferior, o que tem lugar quando hum grande numero de pistillos reunidos em huma flor, estão pegados á parede interna de hum calice muito estreito na sua parte superior, de maneira que á primeira vista representa hum ovario inferior, como se observa na rosa, e em hum grande numero de rosaceas, etc.

Fig. 109. Ovario gynobasico, isto he, quando hum ovario he applicado sobre hum disco hypogyno, que neste caso recebe o nome de gynobasico, repartido mais ou menos profundamente em hum certo numero de lobulos, correspondente ao das cellulas, e o seu eixo central de tal fórma deprimido, que parece nullo, parecendo o estilete nascer immediatamente do disco.

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ESTAMPA VIII.

Fig. 110. Cellulas biovuladas (locula biovulata), isto he, aquellas cellulas que contêm dous ovulos cada huma; porêm algumas vezes estes dous ovulos nascem do mesmo ponto e altura, e então os ovulos designão-se com o nome de ovulis appositis, como nas euphorbiaceas; outras vezes nascem hum por cima do outro, ovulis superpositis, como se vê no tamus communis, etc.

Fig. 111. Ovulos alternados (ovulis alternis), isto he, quando o seu ponto de inserção não está sobre o mesmo plano, aindaque se toquem lateralmente, como na maceira, pereira, etc.

Fig. 112. Ovulos biseriados (ovulis biseriatis) contidos em huma cellula, isto he, dispostos em duas linhas longitudinaes, como no lirio, tulipa, etc.: quando porêm são dispostos regularmente huns por cima dos outros, sobre huma linha longitudinal, tem então o nome de uniseriados (ovulis uniseriatis), como se observa na aristolochia sypho, etc.

Fig. 113. A. Estilete lateral (stylus lateralis), quando nasce das partes lateraes do ovario, como se observa na maior parte das rosaceas.

Fig. 114. B. Estilete basilar (stylus basilaris), quando parece nascer da base do ovario, como na alchimilla vulgaris, artocarpus incisa, etc.

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Fig. 115. Estigma sessil (stigma sessile) quando he immediatamente pegado ao apice do ovario, e quando não existe estilete, como na dormideira, tulipa, etc.

Fig. 116. Estigmas em numero de tres, como se observa nas irideas, rhuibarbo, rumex, etc.

Fig. 117. Estigmas em numero de cinco, seis, e mais, como se observa na malva, etc.

B. Estigma biffido (stigma biffidum), isto he, tendo a fórma de duas divisões estreitas, como na salva, e grande numero de labiadas, synanthereas, etc.

A. Estigma hemispherico (stigma hemisphericum) apresentando a fórma de meia esphera, como no meimendro negro, etc.

C. Estigma bilaminoso (stigma bilamellatum) formado de duas laminas moveis huma sobre outra, como se vê no mimulus, etc.

Fig. 118. Estigma plumoso (stigma plumosum), quando he filiforme, offerecendo de cada lado huma serie de pequenos pelos, dispostos como as barbas de huma penna, como se observa em muitas gramineas, etc.

Fig. 119. Disco hypogyno (discus hypogynus), isto he, hum corpo carnoso, de natureza glandulosa, amarellado, collocado immediatamente sobre o ovario, ou sobre a parede interna do tubo calicinal, ou no apice do mesmo ovario, ou finalmente na parte inferior do ovario.

Fig. 120. Disco perigyno (discus perigynus), isto he, forrando toda a superficie interna do tubo calicinal, e nascendo do seu bordo os estames e a corolla, como vemos na cerejeira, pessegueiro, etc.

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Fig. 121. Disco perigyno (discus perigynus), o mesmo, porêm não sendo collocado na parte inferior do ovario, mas sim extendido á roda delle, nascendo os estames dos quatro angulos, e as petalas do seu contorno, como se vê no evonymus europaeus, etc.

Fig. 122 e fig. 123. Disco epigyno (discus epigynus), isto he, situado sobre o proprio ovario, por causa da posição do disco relativamente ao pistillo. He do maior interesse esta distincção, por ser ligada com a inserção dos estames perigynica e epigynica representadas nestas duas figuras.

ESTAMPA IX.

Fig. 124. Inserção hypogynica, (insertio hypogynica), isto he, quando os estames ou a corolla monopetala estaminifera se inserem na parte inferior do ovario, como se observa nas cruciferas, e nas labiadas, etc.

Fig. 125. Endocarpo (endocarpium) com os seus partimentos. A. e B. são os prolongamentos no interior da cavidade pericarpica, debaixo da fórma de duas pequenas laminas encostadas huma á outra, e reunidas por outro prolongamento do sarcocarpo, ordinariamente muito delgado.

Fig. 126. Trophosperma (trophosperma), isto he, hum corpo particular de fórma e grandeza variaveis, sobre o qual estão situados os grãos no interior do pericarpo: quando a sua superficie offerece prolongamentos, sustentando cada prolongamento hum grão, dá-se a esta disposição o nome de podosperma.

315

Fig. 127. Trophosperma espherico, (trophosperma sphericum), isto he, quasi globoso, como se vê na anagallis arvensis, etc.

Fig. 128. Trophosperma parietal (trophosperma parietale), isto he, quando se acha pegado ás paredes das cellulas do pericarpo, e de hum só lado ou unilateral.

Fig. 129. Trophosperma parietal triplo, isto he quando existem tres trophospermas parietaes.

Fig. 130. Arillo (arillus), parte essencialmente componente do pericarpo, que he hum prolongamento do trophosperma, sendo de fórma e côr muito variaveis, que em geral fórmão huma lamina carnosa de côr vermelha clara, recortado em tiras estreitas e desiguaes, como se vê na myristica officinalis, ou macis: he trilobado, como na polygala vulgaris, etc.

Fig. 131. Arillo direito, está sobre hum dos lados do grão, imitando de alguma maneira as folhas do acanthus.

Fig. 132. Columella (columella), ou eixo do pericarpo, isto he, huma especie de pequena columna sobre a qual se apoião as diversas peças do fructo, e que persiste no centro do pericarpo, quando estas vem a cahir: (1. columella: 2. as duas coccas do fructo).

Fig. 133. Hillo A. (hillus). Micropylo B. (micropylus) alongado ou linear, isto he, a parte do grão pela qual está pegado ao pericarpo, e he sempre situado sobre o episperma.

Fig. 134. A. Omphalodo (omphalodium), isto he, huma abertura muito pequena, pela qual passão os vasos nutritivos do trophosperma para o tecido do episperma. B. Raphe (raphe) ou vasiducto (vasiductus), isto he, o fasciculo vascular que se continua muito tempo antes de se ramificar. C. Chalaza (chalasa) ou umbigo interno, que he o ponto onde se termina o vasiducto.

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Fig. 135. Representa a amendoa (amygdala), que he formada inteiramente pelo embrião, isto he, em que este só por si enche toda a cavidade interior do episperma, como no feijão, ervilha, etc.

Fig. 136. Representa a mesma amendoa em que, alêm do embrião occupar a cavidade interior do episperma, contêm tambem outro corpo accessorio chamado endosperma, como no ricino, trigo, etc.

Fig. 137. Representa o embrião endospermico intrario (embryo endospermicus intrarius) acompanhado do endosperma, isto he, da massa de tecido cellular, algumas vezes dura como cornea, outras vezes carnosa e molle, que murcha e diminue ordinariamente de volume em lugar de o adquirir, como no mesmo ricino, trigo, etc.

ESTAMPA X.

Fig. 138. Embrião endospermico extrario (embryo endospermicus extrarius), isto he, quando o embrião endospermico, em relação á sua posição, está á roda do endosperma que o envolve mais ou menos completamente, e que vem a ser o contrario do embrião endospermico intrario, como nas boas noites, amaranthaceas, etc.

317

Fig. 139. Representa as quatro partes de que se compõe essencialmente o embrião, a saber 1.º corpo radicular ou radicula: 2.º corpo cotyledonar: 3.º gemmula: 4.º cauliculo.

Fig. 140. Representa o corpo cotyledonar A., o qual sendo simples e não dividido fórma o embrião monocotyledoneo (embryo monocotyledoneus); pelo contrario quando he dividido ou antes formado de dous corpos reunidos pelas bases fórma o embrião dicotyledoneo (embryo dicotyledoneus), assim B. o corpo cotyledonar simples sem incisão ou fenda. C. a radicula contida na coleorhiza, que ella rompe na epocha da germinação. D. coleoptila, que envolve a gemmula contida no interior da cotyledone.

Fig. 141. Embrião macropodo (embryo macropodus), isto he, aquelle em que o corpo radicular do embrião monocotyledoneo he extremamente largo e chato, formando a parte mais consideravel do embrião, como nas gramineas, chamado assim em opposição ao que tem este corpo muito pouco saliente.

Fig. 142. Representa o embrião das gramineas que he composto: 1.º de hypoblasto (hypoblastus), ou corpo carnoso, espesso applicado sobre o endosperma: 2.º blasto (blastus), ou parte do embrião que assenta sobre o hypoblasto, formado do cauliculo, gemmula, constituindo huma especie de bainha ou estojo, que o envolve de todos os lados: a extremidade do blasto he chamada radiculoide, pela qual devem sahir hum ou mais tuberculos radicellulares.

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Fig 143. Akenio (akenium. Rich.) ou fructo monosperma, indehiscente, cujo pericarpo he distincto do tegumento proprio do grão, como nas synanthereas, cardos, etc.

Fig. 144. Polakenio (polakenium) ou fructo, que na epocha da madureza se separa em duas ou mais cellulas monospermas e indehiscentes, podendo cada huma ser considerada hum akenio: sendo duas as cellulas, dá-se o nome de diakenio; tres, triakenio, etc. como nas umbelliferas, cicuta, etc.

Fig. 145 e fig. 146. Samara (samara. Gaertner) fructo oligospermo, coriaceo, membranoso, muito comprimido, de cinco cellulas indehiscentes, prolongando-se lateralmente em azas ou appendices, como no olmo.

Fig. 147. Gynobasicos (gynobasici), ou fructos cujas cellulas são de tal sorte separadas humas das outras, que parecem constituir fructos separados, e o estilete parecendo nascer immediatamente do disco ou gynobaso, em consequencia da depressão consideravel que experimenta o eixo do fructo.

Fig. 148. Follilho (folliculus), ou fructo capsular dehiscente, alongado, que se abre por huma sutura longitudinal, formada de huma só valvula, a que se apega interiormente hum trophosperma sutural, que algumas vezes fica livre por dehiscencia do pericarpo, como no loureiro rosa (nerium oleander) asclepias syriaca, asclepias vincetoxicum, e em muitas ranunculaceas, etc.

Fig. 149. Siliqua (siliqua), ou fructo secco, alongado, bivalvular, cujos grãos são ligados a dous trophospermas suturaes: he ordinariamente dividido em duas cellulas por hum partimento parallelo ás valvulas, o qual he hum prolongamento dos trophospermas, persistindo muitas vezes, mesmo depois da queda das valvulas; como se vê nas cruciferas, couve, goivo, etc.

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Fig. 150. Silicula (silicula) he huma siliqua, cuja altura não he quatro vezes mais consideravel do que a largura: algumas vezes contêm sómente hum ou dous grãos: como se vê nos fructos dos thlaspi, lepidium, isatis, etc.

Fig. 151. Vagem (legumen) he hum fructo secco, bivalvular, cujos grãos se inserem a hum só trophosperma, que segue a direcção de huma das suas suturas: observa-se em toda a familia das leguminosas, nas favas, feijões, por ex.: he ordinariamente unicellular; porêm algumas vezes he dividido em duas ou mais cellulas por partimentos falsos, assim he bicellular no astragalo, etc.

ESTAMPA XI.

Fig. 152. Vagem das cassias, em que o fructo he separado em hum grande numero de cellulas por diaphragmas, ou partimentos falsos transversaes, como no genero cassia.

Fig. 153. Vagem locumentacea ou articulada (legumen locumentaceum), quando he dividida em duas ou muitas cellulas monospermas por articulações transversaes, como se nota nos generos kippocrepis, hedysarum.

Fig. 154. Pyxido (pyxidium de Erhart), he hum fructo secco, ordinariamente globoso, abrindo-se por huma fenda transversal em duas valvulas hemisphericas sobrepostas: os authores commummente dão-lhe o nome de capsula circumscissa (Lin.), como se observa no murrião, meimendro negro, tanchagem, beldroega, etc. Das duas valvulas de que he formado, a inferior tem o nome de amphora (amphora); e a superior o de operculo (operculum).

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Fig. 155. Elaterio (elaterium de Richard), he hum fructo algum tanto elevado dos lados, dividindo-se naturalmente, na epocha da sua madureza, em tantas coccas distinctas abertas longitudinalmente, quantas são as cellulas que apresenta, como nas euphorbiaceas.

Fig. 156. Capsula (capsula), fructo secco e dehiscente que se não pode referir aos fructos precedentes, apresentando muitos poros ou buracos praticados na sua parte superior, como se nota nas papoilas; ou podem apresentar-se na sua base. Pode ser bivalvular, trivalvular, multivalvular, segundo o numero das valvulas.

Fig. 157. Dehiscencia valvular loculicida (loculicida, de Richard), isto he, aquella que tem lugar por meio de cellulas, ou entre os partimentos que correspondem então á parte media das valvulas, como nas ericineas, etc.

Fig. 158. Dehiscencia valvular septicida (septicida de Richard), isto he, a que se faz defronte dos partimentos, que ella divide commummente em duas laminas, como na maior parte das escrophularias, etc.

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Fig. 159. Dehiscencia septifraga (septifraga, de Richard), isto he, quando a ruptura tem lugar no partimento, que fica livre e inteiro no momento em que as valvulas se separão, como na erica vulgaris, etc.

Fig. 160. Drupa (drupa) he hum fructo carnudo que contêm huma noz no seu interior: esta noz he formada pelo endocarpo endurecido e ossificado, ao qual se ajunta huma parte mais ou menos espessa do sarcocarpo, como se vê no pessego, ameixa, cereja, etc.

Fig. 161. Melonida (melonida, Richard), he hum fructo carnudo resultante da reunião de muitos ovarios parietaes em hum tubo do calice, que sendo muito espesso e carnudo algumas vezes se confunde com elles, como se observa nas peras, maçãas, etc.

Fig. 162. Representa o morangueiro (fragaria vesca), e a framboezeira (rubes ideus) formadas de maior ou menor numero de verdadeiras pequenas drupas, cujo sarcocarpo he muito delgado, reunidas por hum gynophoro carnudo, mais ou menos desenvolvido.

Fig. 163. Pinha (cónus, strobilus) he hum fructo composto de grande numero de utriculos membranosos, escondidos na axilla das bracteas lenhosas, de fórma variavel, muito desenvolvidos, seccos, e dispostos á maneira de huma piramide conica, como vemos nos pinheiros, olmos, etc.

Fig. 164. Sorosa (sorosa) de Mirbel, ou syncarpo de Richard, isto he, fructo constituido pela reunião de muitos fructos em hum só corpo, por intermedio dos seus involucros floraes, carnudos, muito desenvolvidos, succulentos, como no ananaz, amoreira, etc.

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Fig. 165. Syncone de Mirbel, ou fructo da figueira da ambora e dorsthenia, he formado por hum involucro monophyllo, carnudo no seu interior, tendo huma fórma achatada ou oval, fechado, contendo hum grande numero de pequenas drupas, resultantes de outras tantas flores femininas.

ESTAMPA XII.

Classificação de Linneo.

Fig. 166. Classe I. Monandria (monandria), isto he, comprehende as plantas, que dão flores hermaphroditas com hum só estame, v. g. o costo de Arabia, canna da India, açafrão da India, etc.

Fig. 167. Classe II. Diandria (diandria), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas com dous estames, como são v. g. a oliveira, alfeneiro, jasmineiro, veronica, verbena, salva, alecrim, pimenta, etc.

Fig. 168. Classe III. Triandria (triandria) comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas munidas de tres estames, como o lirio, açafrão, esparto, avêa, balanco, canneira, trigo, cevada, centeio, joyo, canna de assucar, alpista bólebóle, milhãa, junças, valeriana, etc.

Fig. 169. Classe IV. Tetrandria (tetrandria), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas munidas de quatro estames de altura igual ou indeterminada; como se vê na saudade, cardo penteador, escabiosa, tanchagem, diabelha, ruiva dos tintureiros, amor de hortelão, cerejeira brava, alchimilla, arvore do paraiso, cuscuta, aquifolio, etc.

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Fig. 170. Classe V. Pentandria (pentandria), contêm plantas que dão flores hermaphroditas com cinco estames, v. g. a borragem, buglossa, cynoglossa, murrião, queijadilho, meimendro, herva santa, verbasco, verdeselha, congossa, loendro, pimentão, tomateiro, herva moira, madresilva, videira, acelga, olmeiro, cenoira, salsa, coentro, herva doce, murugem, funcho, sabugueiro, tineiro ou folhada, tamargueira, sumagre, linho, etc.

Fig. 171. Classe VI. Hexandria (hexandria), comprehende as plantas que dão flores com seis estames, de comprimento igual ou indeterminado, como no ananaz, narcisso, junquilho, alho, cebola, piteira, aloes, cebola albarrãa, jacintho, abrotea, tuberosa, espargo, açucena, tulipa, junco, arroz, colchico, azeda, labaça, etc.

Fig. 172. Classe VII. Heptandria (heptandria), comprehende plantas que dão flores hermaphroditas munidas de sete estames, como o castanheiro da India, etc.

Fig. 173. Classe VIII. Octandria (octandria), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas com oito estames, como a semprenoiva, bistorta, chagas, urzes, trovisco, etc.

Fig. 174. Classe IX. Enneandria (enneandria), contêm plantas que dão flores com nove estames, como no loureiro, canella, alcanforeiro, rhuibarbo, etc.

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Fig. 175. Classe X. Decandria (decandria), comprehende plantas que dão flores hermaphroditas munidas de dez estames, como a olaia, páo santo, arruda, abrolho, medronheiro, copaiveira, herva traqueira, conchélo, arroz dos telhados, etc.

Fig. 176. Classe XI. Dodecandria (dodecandria), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas, providas de doze até dezenove estames, como no asaro, beldroega, salicaria, agimonia, maleitas, saião, etc.

Fig. 177. Classe XII. Icosandria (icosandria), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas, cujo calice he monophyllo e concavo, e a corolla petaleada com as unhas das petalas pegadas á face interna do calice, e constão alêm disso de vinte estames, como na murta, romeira, pessegueiro, amendoeira, ameixoeira, ginjeira, cerejeira, sorveira, pereira, maceira, roseira, morangueiro, etc.

Fig. 178. Classe XIII. Polyandria (polyandria), contêm plantas que dão flores hermaphroditas, com vinte ou mais estames apegados ao receptaculo, como a papoila, dormideira, celidonia, tillia, chá, rosa albardeira, esporas, anemona, ranunculo, etc.

Fig. 179. Classe XIV. Didynamia (didynamia), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas, de quatro estames sendo dous maiores, como se vê na hera terrestre, hysopo, alfazema, rosmaninho, segurelha, mangericão, herva cidreira, digital, etc.

Fig. 180. Classe XV. Tetradynamia (tetradynamia), isto he, comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas com seis estames sendo quatro mais altos, como no rabão, nabo, couve, agriões, goiveiro, mostarda, bolsa de pastor, etc.

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Fig. 181. Classe XVI. Monadelphia (monadelphia), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas com estames adunados pelos filetes em huma columna, como na malva, malva da China, algodoeiro, etc.

Fig. 182. Classe XVII. Diadelphia (diadelphia) contêm plantas que dão flores hermaphroditas de estames adunados em dous corpos ou columnas, como a fumaria, giesteira, tramoço, tojo, restaboi, feijoeiro, ervilheira, faveira, chicharo, trevo, alcaçús, etc.

Fig. 183. Classe XVIII. Polyadelphia (polyadelphia), isto he, flores hermaphroditas com estames adunados em tres ou mais corpos ou columnas, como o limoeiro, laranjeira, craveiro, milfurada, etc.

Fig. 184. Classe XIX. Syngenesia (syngenesia), isto he, flores hermaphroditas compostas, ou simplices com cinco estames soltos pelos filetes, e adunados pelas antheras, como na chicoria, almeirão, dente de leão, alface, serralha, bardana, boninas, losna, etc.

Fig. 185. Classe XX. Gynandria (gynandria), comprehende as plantas que dão flores hermaphroditas, com estames apegados pela base ao pistillo, ou ao receptaculo prolongado equivalente ao pistillo, como nas orchideas, martyrio, aristolochia, pé de bezerro, etc.

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Fig. 186. Classe XXI. Monoicia (monaecia), comprehende as plantas que no mesmo individuo tem flores femininas, e masculinas separadas, como o milho, ortiga, buxo, etc.

Fig. 187. Classe XXII. Dioicia (diaecia), comprehende as plantas que tem flores unisexuaes em dous individuos differentes, como o salgueiro, espinafre, sabina, etc.

Fig. 188. Classe XXIII. Polygamia (polygamia) comprehende flores hermaphroditas e unisexuaes na mesma especie, como a bananeira, alfavaca de cobra, salgadeira, etc.

Fig. 189. Classe XXIV. Cryptogamia (cryptogamia), comprehende as plantas cuja fructificação he clandestina, ou cujos orgãos sexuaes estão occultos á vista desarmada, como os fetos, lichens, etc.