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Horto (1910)/A minha avó

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A MINHA AVÓ



Minh’alma vai cantar, alma sagrada!
Raio de sol dos meus primeiros dias...
Gotta de luz nas regiões sombrias
De minha vida triste e amargurada.

Minh’alma vai cantar, velhinha amada!
Rio onde correm minhas alegrias...
Anjo bemdito que me refugias
Nas tuas azas contra a sina irada!

Minh’alma vai cantar... Transforma o seio
N’um cofre santo de caricias cheio,
Para este livro todo o meu thesoiro... –

Eu quero vel-o, em desejada calma,
No rico santuario de tu’alma...
– Hostia guardada n’um ciborio de oiro! –