Saltar para o conteúdo

Leve no cimo das ervas

Wikisource, a biblioteca livre

Leve no cimo das ervas
O dedo do vento roça...
Elas dizem-me que sim...
Mas eu já não sei de mim
Nem do que queira ou que possa.

E o alto frio das ervas
Fica no ar a tremer...
Parece que me enganaram
E que os ventos me levaram
O com que me convencer.

Mas no relvados das ervas
Nem bole agora uma só.
Porque pus eu uma esperança
Naquela inútil mudança
De que nada ali ficou?

Não: o sossego das ervas
Mão é o de há pouco já.
Que inda a lembrança do vento
Me as move no pensamento
E eu tenho porque não há.