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Memorias de um Negro/14

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CAPITULO XIV

O DISCURSO DA EXPOSIÇÃO DE ATLANTA


Abriu a Exposição de Atlanta, em breves palavras, o governador Bullock. Depois de varios numeros interessantes, entre os quaes uma prece do bispo Nelson, da Georgia, uma poesia de Albert Howell Junior, allocuções do presidente da Exposição e da sra. Joseph Thompson, o governador Bullock apresentou-me nos termos seguintes:

— Ha entre nós hoje um representante da actividade negra e da civilização negra.

Ao levantar-me, fui recebido com applausos numerosos, especialmente dos homens de côr. Uma idéa me preoccupava naquelle momento: dizer qualquer coisa que determinasse a approximação das raças. No que se refere ao exterior o que guardei foram alguns milhares de olhos fixos em mim.

Aqui vai o discurso que pronunciei:

“Sr. presidente, srs. membros da commissão directora, cidadãos:

Um terço da população do Sul é de raça negra. Nenhuma empresa tendente ao bem material, politico e moral da região onde vivemos poderia desprezar esse elemento sem comprometter-se. Exprimo o sentimento do meu povo dizendo, sr. presidente e srs. directores, que a dignidade e o valor do negro americano não receberam paga mais adequada que a exhibição aqui feita de todas as phases do seu progresso. Essa demonstração será mais util para cimentar as relações entre as duas raças que tudo quanto se realizou depois da nossa libertação.


Não é tudo. A opportunidade que hoje nos offerecem determinará uma nova era de progresso industrial. Ignorantes e inexperientes como eramos, nos primeiros annos de liberdade começámos pela cumieira em vez de começarmos pelo alicerce; buscámos lugares no congresso e nas assembléas dos Estados, esquecendo a propriedade territorial e a industria; a convenção politica e a eloquencia dos meetings foram para nós mais importantes que a fundação duma leiteria e a cultura dos legumes.

Uma embarcação longos dias perdida no mar encontrou de repente um navio amigo e mandou-lhe este pedido angustiado:

— Agua, agua. Estamos mortos de sede.

A resposta do barco amigo não tardou :

— Lançae o balde ahi onde estaes.

Novamente o signal afflicto surgiu na ponta dum mastro:

— Agua, mandae-nos agua.

E a mesma resposta se repetiu:

— Lançae o balde ahi onde estaes.

— Terceira e quarta vez a supplica anciosa se reproduziu. E sempre o mesmo conselho:

— Lançae o balde.

Afinal o capitão do navio perdido desceu o balde, que subiu cheio de agua fresca e pura da boca do Amazonas.

Aos negros que desejam emigrar para conseguir sorte melhor, que se afastam do vizinho branco, direi:

— Lançae o balde ahi onde estaes, procurando a amizade dos homens que vos cercam. Lançae o balde na agricultura, nas artes mechanicas, no commercio, no serviço domestico, em todas as profissões.

— E’ bom nos lembrarmos de que, não obstante os erros commettidos nesta região, o negro acha no Sul, em tudo quanto se refere a negocios, as vantagens conferidas aos outros cidadãos. E os productos hoje aqui expostos demonstram nitidamente esta igualdade. Corriamos o risco de, no salto da escravidão para a vida livre, pretender uma existencia facil e desoccupada. Não nos devemos esquecer de que só prosperamos se aprendermos a exaltar e glorificar o trabalho manual, empregar intelligencia e destreza nos misteres ordinarios, pôr de lado bagatelas e ater-nos ás coisas essenciaes. Nenhum povo se eleva emquanto não souber que é tão digno cultivar um campo como escrever um poema. E’ pela base da vida e não pelo cume que precisamos começar. Não deveriamos permittir que as nossas queixas annullassem os nossos privilegios.

Aos brancos que desejam subordinar o desenvolvimento do Sul á immigração de massas extranhas, de nascimento, linguas e costumes differentes dos nossos, repito o que já disse aos homens da minha raça:


— Lançae o balde ahi onde estaes. Lançae-o entre oito milhões de negros que bem conheceis, que vos mostraram fidelidade quando a traição teria causado a ruina dos vossos lares. Lançae o balde entre pessoas que, sem greves nem revoltas, cultivaram os vossos campos, abateram as vossas florestas, construiram cidades e caminhos de ferro, tudo vosso, arrancaram thesouros das entranhas da terra e possibilitaram esta representação magnifica do progresso do Sul. Se descerdes baldes entre os homens da minha raça, auxiliando-os, animando-os, dando-lhes meios de utilizar o espirito e as mãos, vereis que elles vos comprarão as terras devolutas, beneficiarão as vossas fazendas, darão prosperidade ás vossas fabricas. Ficae certos de que vos cercarão familias pacientes e fieis, obedientes á lei, incapazes de odio. Como no passado já vos provámos a nossa dedicação, tratando de vossos filhos, velando á cabeceira de vossos paes e muitas vezes, com lagrimas nos olhos, conduzindo-os ao tumulo, assim no futuro permaneceremos ao vosso lado, com uma affeição que nenhum extrangeiro teria, promptos a dar a nossa vida para defender a vossa, em caso de necessidade, juntando a nossa actividade industrial, commercial, civil e religiosa á vossa. Confundir-se-ão os interesses das duas raças. Em todas as coisas puramente sociaes poderemos estar separados como os dedos da mão, e como os dedos da mão nos uniremos no que for essencial ao progresso mutuo. Só ha garantia e segurança para nós no desenvolvimento completo de todos. Sejam as energias gastas com o fim de entravar a expansão da gente negra empregadas utilmente estimulando-a. Teremos cidadãos aptos, os esforços despendidos darão um lucro de mil por cento. Dezeseis milhões de braços vos ajudarão a transportar o vosso fardo, se não preferirdes carregal-o sem auxilio, achando-o demasiado leve. Constituiremos um terço da ignorancia e do crime no Sul, ou um terço da sua intelligencia e do seu progresso. Contribuiremos com a terça parte nos negocios e na prosperidade industrial do Sul. Ou seremos um peso morto, um elemento inutil no corpo social.


Senhores da Exposição, no momento em que vos apresentamos os resultados do nosso trabalho modesto, é preciso que não sejaes muito exigentes. Começámos ha trinta annos, tendo como propriedade alguns cobertores, cabaças e frangos, conseguidos sabe Deus como. O caminho que andamos para chegar a dirigir pharmacias e bancos, fabricar ou inventar instrumentos agricolas, carros, machinas, jornaes, livros, estatuas, gravuras e pinturas, não foi isento de espinhos. Orgulhando-nos, porém, do que agora exhibimos, producto do nosso esforço, não esquecemos um só instante que a nossa parte nesta Exposição seria menor se a nossa educação não fosse objecto da solicitude constante dos Estados do Sul e especialmente dos philanthropos do Norte, que para nós têm canalizado um verdadeiro rio de beneficios.

Os homens experientes da minha raça comprehendem que a agitação relativa ás questões de igualdade social é uma grande loucura e que os privilegios que teremos um dia serão consequencia dum esforço obstinado, não coisa obtida artificialmente. Nenhuma raça que leva qualquer coisa aos mercados da terra permanece no ostracismo. E’ importante e justo gozarmos as vantagens que a lei nos proporciona, mas é muito mais importante estarmos aptos para o exercicio dessas vantagens. O direito de ganhar um dollar na fabrica vale mais que o direito de gastar um dollar no theatro.

Terminando, repetirei que, nestes ultimos trinta annos, nada nos deu mais esperança e coragem, nada nos ligou mais aos brancos que o encontro que aqui se realiza. E, perante os resultados dos trabalhos das duas partes, prometto que, na tarefa que ides executar para resolver o problema difficil imposto ao Sul, tereis sempre o auxilio paciente da minha raça. Não esqueçamos, porém, que, sejam quaes forem os bens resultantes da exhibição dos productos do campo, da floresta, da mina, da fabrica, das letras e das artes, acima disto virá um beneficio maior — justiça imparcial, obediencia voluntaria de todos á lei, desapparecimento de hostilidades regionaes e desconfianças. E’ isto que, junto á prosperidade material, trará ao nosso amado Sul uma era nova de felicidade e regeneração.”

Quando acabei de falar, o governador Bullock atravessou o palco e veio apertar-me a mão, acto que outros imitaram. Recebi tantos parabens que tive difficuldade em sahir do edificio. No outro dia, porém, percorrendo a zona commercial de Atlanta, é que fiz idéa da impressão causada pelo meu discurso. Ao ser reconhecido, fui apontado, envolvido por uma chusma de curiosos. Isto aconteceu em todas as ruas por onde andei. Acanhado, metti-me no hotel. Na manhã seguinte regressei a Tuskegee, e na viagem achei as estações repletas de individuos que desejavam felicitar-me.

Os jornaes dos Estados Unidos publicaram o discurso na integra, e durante mezes fizeram-me referencias amaveis. O sr. Clark Howell, director da Constituição, de Atlanta, telegraphou a um jornal de Nova York:

”Não exaggero dizendo que o professor Booker T. Washington fez hontem um dos discursos mais importantes que já foram pronunciados no Sul, tanto pelo que vale como pelo enthusiasmo que provocou. Foi uma revelação, um verdadeiro programma offerecido a brancos e negros.”

A Transcripção, de Boston, publicou isto:

“O discurso de Booker T. Washington na Exposição de Atlanta esta semana parece ter lançado na sombra todos os outros acontecimentos e até a propria Exposição. A curiosidade que despertou na imprensa foi enorme.”

Comecei a receber propostas de agencias, de directores de revistas e jornaes para falar em publico e escrever artigos. Um desses estabelecimentos offereceu-me um contracto de cincoenta mil dollars por conferencia, cincoenta mil dollars liquidos. Respondi que só falaria no interesse da escola de Tuskegee e da raça negra, que não poderia tomar em consideração negocios que não se relacionavam com o meu trabalho habitual.

Enviei um exemplar do meu discurso ao presidente dos Estados Unidos, o sr. Grover Cleveland, e recebi esta resposta autographa:

“Gray Gables, Buzzard's Bay, Mass.,

6 de Outubro de 1895.

Illmo. Sr. Booker T. Washington.

Caro senhor:

Agradeço-lhe a remessa do seu discurso pronunciado na Exposição de Atlanta. Felicito-o enthusiasticamente por havel-o feito. Li-o com grande interesse e acho que a Exposição estaria amplamente justificada se outra coisa não fizesse senão dar-lhe ensejo de manifestar-se. As suas palavras encantam e animam os que se interessam pela sua raça. E seria realmente extranho que os nossos patricios de côr, ouvindo-as, não se enchessem de esperança para a conquista de todas as vantagens que o titulo de cidadão lhes offerece.


Subscrevo-me, com sympathia,

Grover Cleveland.”

Vi o sr. Cleveland pela primeira vez quando elle visitou a Exposição de Atlanta. Attendendo a um pedido que lhe fizemos, passou uma hora no pavilhão negro, onde examinou as coisas expostas e recebeu os cumprimentos da gente de côr. Impressionou-me sua simplicidade, a sua rude honestidade. Encontrei-o depois muitas vezes, em cerimonias publicas e na sua casa particular, em Princeton. E quanto mais o vejo mais o admiro. Na visita ao nosso pavilhão parecia entregar-se completamente ao povo negro. Apertava a mão duma velha esfarrapada como se falasse a um millionario. Muitos negros aproveitaram a occasião para pedir-lhe a assignatura em livros e em pedaços de papel. Com grande paciencia elle escrevia, e dava-nos a impressão de estar assignando documentos officiaes.

O sr. Cleveland honrou-me com a sua amizade e muito auxiliou a escola de Tuskegee fazendo-nos offertas e obtendo com a sua influencia donativos de outros. Nunca percebi nelle preconceitos de raça.

Aliás até hoje só notei prejuizos dessa natureza em criaturas mesquinhas, estreitas e fechadas, que não lêem, não viajam, não entram em relações com o grande mundo exterior. Um homem que se limita a perceber a differença que ha entre duas côres nunca perceberá as coisas elevadas e boas da terra. D’ahi á cegueira completa a distancia é pequena. Digo muitas vezes aos estudantes, nas minhas allocuções domingo á tarde na capella, que não merecemos vida se nos faltam meios de tornar os outros mais felizes e mais uteis.

Os negros e os jornaes negros a principio ficaram satisfeitos com o discurso de Atlanta e com as manifestações que elle produziu. Mas, passada a explosão de enthusiasmo, lido o discurso impresso, varias pessoas affirmaram que tinham sido hypnotizadas. Acharam que eu havia sido liberal demais nas considerações feitas aos brancos do Sul, que não me pronunciara com bastante força em favor dos direitos da raça. Durante algum tempo muitos negros me hostilizaram. Mais tarde, percebendo o erro, acceitaram as minhas idéas.

Alludindo a mudança de opinião publica, lembrei-me dum facto que não esquecerei. O dr. Lyman Abbott, pastor da igreja de Plymouth e director da União christã, pediu-me um artigo para o seu jornal a respeito da situação intellectual e moral dos pastores negros no Sul. Escrevi relatando as minhas observações pessoaes, e o quadro que d’ahi resultou foi negro. Como sou negro, talvez andasse melhor dizendo que elle foi branco. Natural: uma gente que sahia da escravidão não podia ter pastores competentes.

Pois os ministros de côr indignaram-se e cartas de reprovação choveram em cima de mim. Associações religiosas pertencentes á minha raça votaram resoluções condemnando-me ou convidando-me a retractar-me. Muitas dessas organizações chegaram, nas ordens do dia, a recommendar aos pretos que não mandassem alumnos a Tuskegee. Despachou-se contra a escola um missionario que tinha a incumbencia de abrir os olhos aos paes de familia. Esse homem deu muitos conselhos aos outros, mas tinha um filho comnosco e teve o cuidado de não retiral-o. Diversos jornaes negros, especialmente os orgams de sociedades religiosas, atacaram-me rijamente.

Deixei que falassem, gritassem, e não me desdisse nem me expliquei: estava certo de que, refleetindo, os meus aggressores concordariam commigo. Ora, passado algum tempo, as auctoridades ecclesiasticas determinaram um inquerito rigoroso sobre a condição do ministerio e acabaram dando-me razão. O bispo mais antigo e mais influente dum dos ramos da Igreja methodista affirmou que as minhas palavras eram muito indulgentes. Logo a opinião publica se manifestou exigindo a purificação do corpo sacerdotal. Embora essa obra esteja longe de completar-se, creio poder dizer sem vaidade que o meu artigo não foi extranho a um movimento destinado a melhorar o pessoal da Igreja. Tive o prazer de ouvir felicitações de pessoas que pouco antes me haviam censurado a franqueza.

A attitude dos pastores com relação a mim transformou-se completamente, e hoje em nenhuma outra classe tenho amigos tão bons.

A experiencia colhida nesse incidente convenceu-me de que, se temos razão e nos accusam, devemos calar-nos. O tempo se encarregará de justificar-nos.

Emquanto se discutia o meu discurso de Atlanta, recebi esta carta do dr. Gilman, presidente da Universidade John Hopkins:

“Universidade John Hopkins, Baltimore,

30 de Setembro de 1895.

Caro sr. Washington:

Agradar-lhe-ia ser um dos membros do jury na secção de instrucção publica de Atlanta? Caso acceite a nomeação, terei muito prazer em pôr o seu nome na lista. Agradeço-lhe a remessa duma linha, por telegramma.

Saudações.

D. C. Gilman.”

Acho que fiquei mais surprehendido que ao receber o convite para falar na abertura da Exposição. Entrando no jury, eu teria o direito de julgar os trabalhos das escolas negras e os das brancas tambem. Acceitei o cargo e passei um mez em Atlanta, no exercicio desses novos deveres. O jury compunha-se dumas sessenta pessoas, brancos nortistas e sulista, entre elles directores de collegios, sabios, homens de letras e especialistas em muitos assumptos. Quando se organizou a minha secção, o sr. Thomas Nelson Page, em moção unanimemente acceita, indicou-me para secretario. Approximadamente metade dos meus companheiros era do Sul. Pois, examinando os papeis de escolas brancas, fui tratado invariavelmente com respeito, e no fim dos nossos trabalhos separei-me triste dos collegas.

Muitas vezes me pedem que diga francamente o que penso a respeito da condição politica da minha raça. Repito o que em Atlanta já disse claramente. Tempo virá em que o negro do Sul terá todos os direitos politicos que a habilidade, o caracter e a riqueza lhe permittirem. Julgo, porém, que esses direitos não serão arrancados á força, mas espontaneamente offerecidos pelo povo do Sul. Logo que os homens d’aqui deixem de suppor que extrangeiros os obrigam a fazer o que elles não desejam, acho que teremos transformações favoraveis ao negro. Realmente ha signaes de que isso começou a manifestar-se. Permittam-me um exemplo. Imaginemos que, mezes antes da Exposição de Atlanta, tivesse havido fóra do Sul uma campanha, nos jornaes e na tribuna, para que um negro figurasse no programma da sessão inaugural. Pensam que se realizaria essa homenagem á raça? Creio que não se realizaria. Os homens da Exposição de Atlanta procederam daquelle modo porque tiveram satisfação em recompensar o que presumiam ser o merito da raça negra.

A minha opinião (e a maioria dos negros concorda commigo) é que devemos ser modestos nas aspirações politicas e contar com o effeito lento, mas seguro, da riqueza, da intelligencia e do caracter. A acquisição dos direitos politicos virá pouco a pouco, não será negocio dum dia. Certamente o negro precisa votar, pois não se habituaria sem voto á pratica dos deveres civicos, da mesma forma que uma criança não aprenderia a nadar fóra da agua. Mas julgo que, votando, elle deveria submetter-se á influencia dos homens superiores que o cercam. Conheço negros que, acceitando os conselhos de brancos, arranjaram fazenda no valor de milhares de dollars. Esses mesmos negros não recorreriam aos brancos amigos em materia de eleição. Isto me parece desarrazoado. Falando assim, não pretendo que nos humilhemos, abandonemos os principios. Se nos rebaixassemos, perderiamos a confiança e o respeito dos brancos.

E’ na verdade bem extranho que um Estado conceda o direito de voto ao branco ignorante e indigente e negue esse direito ao negro que está nas mesmas condições. Semelhante lei é injusta e, como todas as coisas injustas, perigosa. Incita o negro a instruir-se e enriquecer e faz que o branco se deixe ficar na ignorancia e na pobreza.

Com a educação do povo e approximação das raças, as fraudes eleitoraes cessarão. Veremos que o sujeito que rouba a cedula de voto dum negro pode tambem roubar a dum branco e, de patifaria em patifaria, acaba enganchando-se num delicto grave. O Sul chamará todos os cidadãos ás urnas. E terá uma vida sã e vigorosa, muito differente da estagnação que se produz quando metade da população não toma interesse pela coisa publica.

Sou partidario do suffragio universal. Temos, porém, aqui no Sul condições particulares. Pelo menos por emquanto, em muitos Estados, deveria permittir-se o voto aos individuos que possuissem alguma instrucção e alguma riqueza. Individuos pertencentes ás duas raças, é claro.

Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.