Meu Captiveiro entre os Selvagens do Brasil (2ª edição)/Capítulo 48

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CAPITULO XLVIII
De como foi comida a carne
de Jeronymo

Quando Paraguá viu promptas as bebidas que andava a preparar, deu inicio á festa na qual comeram o moquem de Jeronymo. Tudo correu como já narrei. Em seguida foram buscar os dois irmãos Braga e o prisioneiro do meu dono, de nome Antonio. Reunimos-nos assim na taba quatro christãos e fomos obrigados a beber com os selvagens; antes disso, porém, pedimos a Deus que nos salvasse as almas, e tambem os corpos se fosse de sua vontade.

Os indios conversaram comnosco muito alegres, mas nós só viamos desgraças.

No dia seguinte, de manhã, requentaram os restos de Jeronymo e deram cabo de tudo.

Mais tarde, quando me separei dos dois irmãos, pediram-me elles que orasse a Deus em sua intenção; prometti que sim, e, baseado no meu conhecimento do terreno, indiquei-lhes o melhor modo de fugirem da taba da serra, para onde iam ser levados. Isto lhes aproveitou, pois ambos fugiram' como eu soube depois.

Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.


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