O moço loiro/X

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Tinham soado quatro horas da tarde do dia em que devia ter lugar o sarau de Tomásia. No gabinete de vestir de Honorina achavam-se duas pessoas: ela, que esperava pelo cabeleireiro que tinha de toucá-la, e Lúcia, que, no entanto, a distraía conversando.

A mãe Lúcia, como Honorina chamava, era uma mulher de mais de quarenta anos, alta, gorda, cheia de saúde e vivacidade, havia nascido longe da corte, e perto de uma das fazendas do pai de Hugo, por quem fora convidada para servir de ama-de-leite ao pequeno Lauro de Mendonça. Lúcia, que nada tinha de seu, e aos vinte anos de idade, que então fazia, acabava de perder, quase ao mesmo tempo, o marido, que a amparava, e uma filhinha de três meses, que ternamente amava, aceitou sem hesitar o convite; prudente, sossegada e carinhosa, amamentou com tanto amor, com tantos desvelos o pequeno Lauro, que mereceu e teve a gratidão e amizade da família dele. Graças à solicitude de Raul de Mendonça (pai de Hugo), casou-se Lúcia pela segunda vez, e, dando à luz uma menina exatamente na mesma época em que nasceu Honorina, soube com esta repartir o leite de seu filho; mas, roubando-lhe a morte também este, concentrou todos os seus cuidados e amor na menina que a seus seios confiaram. Alguns anos depois ficou de novo viúva, e só no mundo; e então a família Mendonça a recebeu para sempre em sua casa.

Tanta amizade, tanta confiança merecia essa mulher de toda a família, que a muitos pareceria uma parenta dos Mendonça; a sua voz é naquela casa atendida, os seus desejos estudados e sempre satisfeitos; ainda na véspera do dia em que se passa este capítulo, uma simples insinuação de Lúcia bastou para que Hugo mandasse admitir entre os caixeiros do seu armazém um menino, a quem nunca tinha visto, mas que a ama de sua filha apresentou como seu sobrinho.

Tendo dado uma sucinta idéia da mãe Lúcia, iremos agora acompanhar com ela a linda moça que espera pelo cabeleireiro.

— Mas tu vês, mãe Lúcia, disse Honorina, que assim tenho por força de aparecer no sarau malvestida e mal toucada, de modo que todos se hão de rir de mim.

— Oh! não tenha medo disso, Sr.ª D. Honorina; com os olhos e rosto que tem, poderá causar inveja, mas não riso.

— Ora, mãe Lúcia!

— Além de que ainda temos tempo de sobra para tudo aquilo: às cinco horas chega o cabeleireiro, às seis estará penteada, às sete vestida, e em uma hora poderá chegar à corte.

— Porém, sempre foi bem má lembrança de minha avó o exigir que eu me preparasse e vestisse para o sarau aqui, em vez de o ir fazer na corte, mesmo em casa de Raquel.

— O que quer?... a nossa boa velha tem suas idéias, mais ou menos extravagantes; não ouviu o que ela disse?... fora de mim carregar-te-ão com essas modas e enfeites indecentes, de que terás vergonha de ti própria!... A Sr.ª D. Ema está exatamente no ponto em que estava há cinqüenta anos atrás.

— É verdade, mãe Lúcia, e o ódio que ela vota a meu primo!... é um ódio tão elevado, como só o é também o amor que lhe tens!

— Pois então, menina?... ele como a senhora beberam o leite dos meus peitos, disse Lúcia enxugando uma lágrima; e não é justo que se ame, como a filhos, as crianças que mamam o nosso leite?

— Agradecida, mãe Lúcia, agradecida! também pela minha parte eu te amo tanto como meu primo.

— Oh! o Sr. Lauro me amava muito!

— E eu, mãe Lúcia, e eu?

— Também, também! mas o Sr. Lauro...

— Sim... é porque tu o amas muito mais do que a mim, disse a moça tristemente.

— Não Sr.ª D. Honorina; mas é porque se deve mais ternura aos que estão ausentes; a senhora lembra-se dele?...

— Eu era tão pequena quando ele partiu...

— E que amor que ele lhe tinha, menina!... parecia seu irmão!...

Nesse momento uma escrava apareceu e anunciou a chegada do cabeleireiro.

— Ah!... que entre!... exclamou Honorina desabafando um suspiro e arranjando-se para logo defronte do toucador.

O cabeleireiro entrou; era um moço alto, vestido à fantasia, isto é, trazia uma coisa que ficava entre a casaca e sobrecasaca, de cor verde, enfiada e segura pelos braços; a gravata era amarela, o colete vermelho com botões de metal dourado, as calças roxas, e calçava botis de duraque de cor questionável com ponteira envernizada; quanto ao seu parecer, o cabeleireiro tinha os cabelos excessivamente ruivos, trazia óculos, e o seu rosto era tão rubro que parecia usar carmim.

Depois de cumprimentar as senhoras com respeitoso movimento de cabeça, colocou-se em posição de começar o seu trabalho.

— Faço mal conversar, enquanto me penteio?... perguntou a moça.

O cabeleireiro fez um movimento que parecia querer dizer não; depois desatou a fita que prendia os cabelos de Honorina, e as bastas e negras madeixas da moça caíram como uma nuvem negra até ao chão. Honorina tinha as costas voltadas para o cabeleireiro; Lúcia olhava com prazer inefável para os cabelos da querida filha do seu leite, e por isso nenhuma das duas viu através dos vidros dos óculos do mancebo, o fogo que de seus olhos lançava, como querendo devorar eles tão precioso tesouro.

— Pois que não faz mal conversar enquanto me penteio, disse Honorina, podemos continuar, mãe Lúcia.

— Pois sim, Sr.ª D. Honorina, eu lhe dizia que o Sr. Lauro a amava muito, e lhe perguntava se se lembrava dele.

— Eu te dizia que não, mãe Lúcia, isto é, de sua figura me não lembro nada, mas da sua amizade, sim, conservo ainda bem agradáveis recordações!

— É possível?...

— Mas não é bem verdade que nós nos lembramos sempre docemente do que conosco se passou no tempo da nossa infância?

— Certamente.

— E, portanto, é por isso que eu me recordo de muitas coisas passadas então comigo, com minha mãe, e contigo mãe Lúcia, com as minhas camaradas, e com meu primo.

— Também com ele?... ora...

— Então duvidas de mim, mãe Lúcia? pois eu podia provar-te já que é verdade o que digo... eu me lembro de mil pequeninos episódios...

— Passados com o Sr. Lauro?

— Sim... também com ele; olha... sim, por exemplo..., a boneca cor-de-rosa...

— E então a boneca cor-de-rosa?...

— Eu te conto. Não sei que idade deveria eu ter — ai!... senhor, não me puxe assim os cabelos! mas eu era bem pequenina, bem travessa, e, segundo o que dizem, bem engraçada; falava como um papagaio; ora, tu, mãe Lúcia, para me fazeres adormecer, costumavas embalar-me, cantando uma balada, ou o que quer que seja, uma cantiga enfim: tão fácil era a música, e tantas vezes a havias cantado embalando-me, que eu já a tinha de cor, e a cantava também com minha graça infantil; riam-se tanto de me ouvir cantar, que me faziam repetir vinte vezes por dia a tal cantiga; meu primo era insaciável; apesar do meu gênio condescendente, um dia já de tão cansada que estava, teimei, e não quis cantar para ele ouvir. Ele fingiu-se enfadado. Chamou-me feia, tola, e disse-me que já tinha outra prima mais bonita do que eu, e que no dia seguinte lhe compraria uma boneca; ora, eu era louca por bonecas... Mas o senhor o que faz? está parado... não me penteia... há mais de meia hora que tenho os cabelos soltos!... Mãe Lúcia, faça que ele me penteie.

Com efeito, o cabeleireiro estava em enlevada contemplação: o colo de alabastro de Honorina, todo nu e alvejando debaixo dos seus olhos, lhe havia feito esquecer o pente e o dever do seu ministério; já mesmo tinha levantado os óculos sobre a fronte, e com vistas ardentes atentava as perfeições do colo da moça. Ouvindo a observação que lhe era dirigida, ele, sempre em teimosa mudez, não pronunciou uma só palavra, e continuou o trabalho que havia, talvez sem querer, interrompido.

— Ande, senhora, disse Lúcia; havia-se depressa.

Senhora D. Honorina, continue a sua história.

— No outro dia, às horas do jantar, meu primo apareceu, trazendo uma boneca de vestido cor-de-rosa; apenas a vi, lembrei-me da cena passada; mas sentida do que ele fazia, e que eu julguei um insulto, despeitada e talvez um pouco ciumenta, olhei para a boneca e não lha pedi.

— Então, Honorina, disse-me minha mãe, não é tua aquela boneca?...

— Não, minha mãe, respondi eu, é da prima bonita dele.

— Sem querer, meus olhos se encheram de lágrimas; mas meu primo Lauro fingiu que não me via chorar. Acabado o jantar, Lauro disse que ia guardar a boneca para levá-la de noite à sua prima, e entrou para o seu quarto; depois saiu... e desapareceu. Eu me sentia ansiosa por conseguir tão linda boneca; meus olhos não se podiam arrancar da porta do quarto de meu primo; minha mãe, que estava lendo o meu coração, disse:

— Honorina, vai furtar a boneca da prima bonita de Lauro.

— Eu achei tão justo e agradável o conselho de minha mãe, que entrei correndo no quarto de meu primo.

Havia no fundo do quarto uma espécie de altar; Lauro tinha feito da colcha da sua cama uma cortina, que caía até baixo, tapando a frente de uma mesa, no fundo da qual eu vi a boneca.

"Muito pequena para chegar até lá, eu arrastei uma cadeira, trepei e fui pegar na boneca; mas, quando a minha mão estava quase tocando-a, ela ergueu-se acima da minha mão... levantei esta... a boneca abaixou-se... abaixei a mão... ela fugiu para um lado... persegui-a ali, e ela escapou-se para o outro!... espantada... supondo-me só no quarto... eu recuei... dei um grito, e corri para onde estava minha mãe... — ora... ora... isto é demais!... mãe Lúcia, este homem está beijando os meus cabelos!..."

— Senhor!... exclamou Lúcia erguendo-se.

O cabeleireiro não fez o menor movimento; tinha com efeito beijado duas ou três vezes alguns anéis das belas madeixas de Honorina; mas, conhecendo que ela se ofendia com isso, continuou a penteá-la, sempre sem dizer palavra.

— Porém, mãe Lúcia, não é isto ousadia demais?...

— Provavelmente ele não quis ofendê-la com tal ação; se a senhora visse como o rosto do pobre homem está exprimindo dor tão pungente...

— Está bem, mãe Lúcia, não lhe digamos nada; coitado! é um estrangeiro, que ignora os nossos costumes. Eu creio que ele não sabe uma palavra do português: ainda não disse nada.

— Eu também penso do mesmo modo, disse Lúcia, mas vamos à conclusão da história.

— Sim, continuou Honorina; eu corri para minha mãe, e contei assustada o que acabava de acontecer-me, assegurando que a boneca era encantada; minha mãe, contrafazendo-se para não se rir, disse-me que sabia um segredo para destruir o encanto da boneca, e depois de me ouvir instar muito para que mo dissesse, depois de me ver beijá-la e abraçá-la mil vezes, ensinou-me que fosse outra vez ao quarto e que, subindo na cadeira, cantasse defronte da boneca a minha cantiga; eu olhei para minha mãe, como quem duvidava; mas tanto ela insistiu e me assegurou que com isso seria destruído o encanto, tantas vezes me repetiu as mesmas palavras, que acabei por acreditar e entrei de novo, posto que menos apressada, no quarto de meu primo.

— E então?...

— Entre a dúvida e a esperança coloquei-me defronte da boneca e comecei a cantar tremendo...

"Eu a vi fazer um movimento para mim...

"Quase que soltei um grito... pouco depois, já mais animada continuei... cantei o segundo verso...

"A boneca aproximou-se algumas polegadas do meu lado...

"O meu espanto só podia ser igualado pelo meu prazer; apesar da comoção que sentia, cantei ainda... cantei sempre... cantei até ao fim...

"E a boneca ainda se veio chegando... sempre mais... sempre mais... até que ao terminar a minha cantiga, estendi os braços e prendi-a entre as minhas mãos. Então eu pude ver que alguns arames sustinham a boneca em pé, e que diversos cordões, que se perdiam por baixo da mesa tinham servido, não sei como, para fazê-la mover-se em diferentes sentidos; desatei esses cordões, livrei a minha boneca dos arames, e abraçada com ela ia saltar da cadeira, quando caí nos braços de meu primo, que me cobriu de beijos... oh! mãe Lúcia! todo aquele encanto de arames e cordões era ele que tinha ideado... ele não tinha prima bonita... a boneca tinha sido comprada de propósito para mim.

— E depois?...

— Nós fizemos as pazes, e eu lhe cantava todos os dias a minha cantiga... Ai!... oh!... mãe Lúcia, este homem me cortou uma porção de cabelos!...

— Senhor! exclamou Lúcia.

— Senhor! disse a moça fazendo-se cor de nácar, saiba que eu amo muito os meus cabelos para consentir que eles sejam assim cortados contra minha vontade! Mãe Lúcia, onde está meu pai?...

— Ainda não veio, senhora.

— Pois devo eu estar sofrendo as loucuras deste homem?... eu juro que ele não é cabeleireiro... ainda tenho os cabelos soltos!... oh!... será possível que Raquel me mandasse cá semelhante homem para me pentear?...

O cabeleireiro, sempre silencioso e parecendo não compreender coisa alguma do que a moça estava dizendo, depois de guardar furtivamente no bolso da sua casaca ou sobrecasaca um belo anel de madeixa, ia continuar, quando Honorina se levantou; a moça estava rubra de despeito.

— Senhor, quero saber se me quer pentear ou não?... se quer, já o podia ter feito, se o não sabe fazer, deixe-nos.

Nada mais encantador do que a figura graciosa de Honorina: com uma mão pousada sobre o encosto da cadeira, em que estivera assentada, com os seus cabelos caídos até à altura dos joelhos, com as faces fortemente enrubescidas, ela encarava com olhos de despeito o homem que se atrevera a cortar-lhe um anel das suas belas madeixas.

O insolente cabeleireiro a princípio pareceu comovido por tantos encantos; depois, sempre sem dizer palavra, tomou o chapéu, cortejou as duas senhoras e foi saindo sem cerimônia alguma, e sem mesmo cuidar em apanhar um papel, que do seio lhe caiu.

— Então ele se vai, mãe Lúcia?...

— Parece que sim...

— Será crível!... que homem é este?...

— Olhe, Sr.ª D. Honorina, ele deixou cair um papel... vejamos.

— Dá-mo.

— Ei-lo.

Honorina abriu o papel e soltou um grito.

— Que é isto? perguntou Lúcia.

— É ele, mãe Lúcia, é ele!...

— Ele quem?... ele quem?... diga!...

— O desconhecido que jurou amar-me! o desconhecido de quem te falei!...

— Meu Deus!... e o que diz ele?...

— Ouve, respondeu Honorina, lendo o que estava escrito naquele papel: "Honorina!... perdoa, se te roubei um anel de madeixas, mas eu te amo! eu te amo com esse amor de poeta, com esse amor de fogo, que ainda quando acaba na desgraça e na morte, contanto que seja sempre o mesmo amor, é por força bem belo!..."

— Oh! mas isto é já uma loucura!... balbuciou Honorina.

— É admirável!... porém aquele que se esconde no mistério é um homem de quem se deve fugir.

— Sim, mãe Lúcia, disse automaticamente a moça, é um homem de quem se deve fugir.

E, deixando-se insensivelmente sentar na cadeira, Honorina pareceu entregar-se à mais profunda meditação.

Era de ver-se essa jovem tão bela e tão interessante caída nessa posição desleixada, e tão fechada consigo mesma no íntimo de seus ocultos pensamentos; pálida, como a sombra da mais linda virgem refletida em água de fonte sossegada; com as mãos esquecidas sobre o colo; com seus cabelos espalhados e soltos negligentemente; com seus belos olhos desmaiados em doce quebrantamento; e em todo o seu semblante, com traços ligeiros dessa melancolia inefável, que tanto pode nos corações!

Lúcia olhava em silêncio para Honorina... parecia querer adivinhar seus pensamentos na expressão de seu rosto... bebê-los no ar que ela, respirando, deixava sair embalsamado por entre seus lábios cor-de-rosa.

No fim de um quarto de hora a moça levantou a cabeça e com as mãos afastou para trás das orelhas as aneladas madeixas, que lhe brincavam nas faces; estava então perigosamente fascinadora! era já absolutamente outra!... via-se sua fronte umedecida por leve suor, em seus olhos brilhava fogo celeste... suas faces mostravam-se brandamente coradas... suas narinas um pouco dilatadas... e pelos lábios, entreabertos, escapava-lhe respiração difícil e quase suspirante, que lhe agitava o seio, como se se sujeitasse a repetidos choques elétricos, de momento a momento estremecia; depois de alguns instantes mais, ela passou a mão pela testa e, erguendo-se, desassossegada:

— O sarau!... exclamou, o sarau!... que se me penteie... que se me vista depressa!... eu preciso sair... eu quero respirar o ar livre... e depois esquecer-me do mundo e de mim mesma na embriaguez de uma noite de prazeres ruidosos!... Mãe Lúcia, a minha cabeça me está ardendo! eu tenho nela alguma coisa que me queima... que me devora... que pode enlouquecer-me de um instante para outro!...

— Menina!...

— Que me penteiem!... que me vistam depressa!...

— Então será preciso mandar vir outro cabeleireiro...

— Oh!... quanto tempo perdido!... mas é impossível que fosse Raquel quem me mandasse aquele homem!... é impossível que se ela tenha ligado com ele para conspirar contra o meu sossego!...

— Um cabeleireiro, que vem da parte da Sr.ª Raquel, disse uma escrava, aparecendo na porta do gabinete.

— Que entre! exclamou a moça; mãe Lúcia... não foi, portanto, Raquel quem o mandou cá...

O cabeleireiro entrou; a moça estava perfeitamente toucada uma hora depois.

No entanto, o primeiro cabeleireiro, que havia estado com Honorina, pouco depois de ter saído da casa dela, buscou apressadamente o ponto da praia, onde em Niterói se encontram as faluas; aí cercado e perseguido pelos patrões e remadores, que à porfia lhe ofereciam seus batéis, o mancebo livrou-se deles, empurrando-os para os lados, e, saltando dentro da primeira falua que viu, gritou:

— Para a corte! velas ao vento, remos ao mar! e uma boa molhadura, se curta for a viagem!...

Meia hora depois o mancebo desembarcava no cais da rua fresca, devendo apenas notar-se que, com a pressa com que saltou fora do batel, desarranjou-se-lhe a cabeleira ruiva que trazia, e ele, para não demorar-se concertando-a, arrancou-a, e guardou-a no bolso da casaca.