Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/39

Wikisource, a biblioteca livre

terror no ânimo do Simeão quando faiscava lume nos calhaus com a percussão do machado.

Esta situação prometia acabar pela fuga prudente do pai de Marta, se o estudante de Vilalva não assomasse ao fundo do castanhal com uma matilha de coelheiros que ladravam a um porco muito eriçado, que os esperava com o focinho de esguelha, bufando e grunhindo. O caçador chamava os cães, assobiava, fazia uma bulha convencional para que a Marta o ouvisse.

Ele não tinha visto o pedreiro; os cães é que o viram e deixaram o porco destemido para atacarem o homem, com uma velha birra que lhe tinham. O Zeferino, noutra ocasião, segundo o seu costume, desprezaria a arremetida da matilha; mas, naquela conjuntura de ódio ao caçador, esperou a canzoada com o machado em riste, empunhava o cabo com as mãos cabeludas, e fazia, com o corpo inclinado, avanços provocadores. José Dias chamava os cães obedientes; mas o Zeferino, muito azedo, engelhando na cara uns trejeitos de bazófia, dizia sarcástico:

— Deixe-os vir, deixe-os vir, que o primeiro que chegar