sociedade um lugar brilhante... Amava-a ele? não!... amava-o ela? talvez...
Na verdade, a imagem de Argemiro nunca se lhe apresentara senão levada pela mão da mãe... lembrava-se mesmo de que a primeira vez que o vira achara-o velho e triste... depois, a pouco e pouco, habituara-se a imaginar-se noiva daquele homem sério, que todo o mundo dizia votado inteiramente à sua viuvez... e agora ei-la enciumada de uma mulher de cuja existência até as vésperas nem suspeitara e que ocupava já o lugar que a mãe lhe destinava a ela!
A figura de Alice desenhava-se inteira diante dos olhos pasmados da moça. Revia-lhe o rosto de um moreno pálido, de feições irregulares; o talhe esbelto do corpo, as mãos longas, o vestido cinzento, alegrado por uma gravatinha azul...
Que idéia faria dela o Argemiro? Um leve rubor subiu-lhe às faces e ela escondeu o rosto entre as mãos geladas.
A criada veio apressá-la. Sinhá levantou-se resolutamente e concluiu a sua toalete sem hesitação.
Quando entrou na sala, a mãe, entre um grupo de amigas, conversava com um homem gordo, de longos bigodes cor de vinhático. Apresentou-a; era o encarregado de negócios de Inglaterra no Rio de Janeiro!