monstros que andam a assustar o mundo foram primeiramente vistos aqui. Logo, as probabilidades são de que o foco seja por aqui.
Pode ser — disse Dona Benta — e eu não me admiro de nada. Tem acontecido tanta coisa neste meu abençoado Sítio...
CAPÍTULO VI
OS DOIS COLEGAS
E DONA BENTA contou numerosas passagens dos assombros e espantos ocorridos ali — a viagem à Lua, a chegada do anjinho, a visita das crianças inglesas, a surra que o marinheiro Popeye levou etc. Depois contou que morava ali um grande colega do Dr. Zamenhof.
— Já ouvi falar — disse este. — O Visconde de Sabugueiro, não é?
— ... bugosa — emendou Emília.
— Sim, é isso. Pois eu teria imenso prazer em trocar idéias com o ilustre colega. Onde anda ele?
— Não sei — disse Dona Benta. — O Visconde, duns tempos para cá, pouco me aparece, anda sempre por fora, com certeza mergulhado nos seus estudos. Vá ver se encontra o Visconde, Emília.
— Emília foi, e minutos depois apareceu acompanhada do sabuguinho. Dona Benta fez as apresentações.
O Dr. Zamenhof mostrou-se admiradíssimo. Esperava um homem como ele, um sábio de barbas e óculos, e apresentavam-lhe um sabugo de cartola! Julgando que fosse brincadeira, quase zangou.
— Minha senhora — disse ele — parece-me que a mistificação está sendo um tanto excessiva...
Dona Benta não entendeu.
— Mistificação, Doutor?
— Sim, falam-me dum sábio e apresentam-me um sabugo de cartola! Se eu não mereço respeito, acho que deve ser respeitada a ciência que eu represento.
Dona Benta caiu em si e riu-se.