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Página:A Reforma da Natureza (12ª edição).pdf/63

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— Tem toda a razão, Doutor. É tão estranho este caso do nosso sabuguinho falante, que um homem normal, como o senhor, não pode ter outra impressão. Mas converse com ele e veja por si mesmo se o nosso Visconde é ou não é um sábio.

— Converse com ele? — repetiu o Dr. Zamenhof. — Pois então ele fala?

— Se fala! — bedelhou Emília. — E só fala ali na batata científica! Experimente.

O Dr. Zamenhof não percebia nada de nada e continuou firme na convicção de que todos queriam empulhá-lo. Chegou a corar até a raiz dos cabelos. Mas quase caiu para trás, de espanto, ao ouvir o Visconde abrir a boca e dizer:

— Estou-me lembrando da minha conferência com os professores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Também eles muito se espantaram de que uma criatura como eu falasse. . .

O susto fez o Dr. Zamenhof perder a língua. O sabuguinho falava mesmo e muito bem! Tia Nastácia veio com um copo dágua, que o sábio engoliu dum trago. Depois:

— Desculpe, minha senhora — disse ele dirigindo-se a Dona Benta. — Errei nas minhas desconfianças mas quem não me perdoará este humaníssimo erro? A coisa me parece a tal ponto