Saltar para o conteúdo

Página:A arte culinária na Bahia - Manuel Querino.pdf/33

Wikisource, a biblioteca livre
- 13 -

Thomé, não amadurecida de todo, descascada, cortada em fatias e deitada ao sol para seccar.

Dias depois pisa-se, no pilão, passa-se na peneira e obtem-se a farinha chamada — efun-oguédé.

ERAN-PATÊRÊ — É um naco de carne verde, bem fresca, salgada e frita no azeite de cheiro.


Os africanos ainda condimentavam as suas refeições com o ataré (pimenta da Costa), em quantidade muito reduzida; com o irú, fava de um centimetro de diametro, usada em quantidade diminuta; com o pejerecum ou bejerecum, outra fava de quatro centimetros de comprimento por dez millimetros de espessura, empregada no tempero do carurú; com o iêrê, semente semelhante á do coentro e usada como tempero do carurú, do peixe e da gallinha.

Faziam ainda os africanos largo emprego do egussi (pevide de abóbora ou melancia) no condimento de certas iguarias.

O africano, em geral, era sóbrio no uso de bebidas alcoolicas: não se davam ao vicio da embriaguez, mas do dendezeiro extrahiam generoso vinho.

Para esse fim, na parte superior do tronco dessa palmeira, faziam uma incisão e collocavam um pedaço de bambu para servir de escoadouro da seiva. Ao liquido que cahia em uma cabaça ahi amarrada, davam o nome de vinho de dendê.

Posteriormente, na Bahia, foi o vinho posto a fermentar e filtrado antes de engarrafado, e isso lhe imprimia certa potencia alcoolica e caracteristica, sem embargo do paladar agradavel e saboroso.