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a campanha de canudos
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logo de cerca de 12 casas, que serviam de pequenos reductos. A força policial e o 16°, por sua vez, atacaram galhardamente a esquerda, mas havendo ficado sem munição foram obrigados a retirar precipitadamente. Isto deu logar a que o inimigo dirigisse os seus fogos especial­mente para a ala direita do 7°, e o fazia com tanta certeza de tiro que poz logo fóra de combate grande numero de officiaes e praças.

Vendo que estava sacrificando inutilmente o meu pessoal, visto que a policia se retirava e a ala esquerda com o 9° muito pouco podiam fazer, fiz retirar a mesma ala, e colloquei-a na margem do rio, por detraz de uma cerca.

Tal era a fuzilaria, porém, que o inimigo fazia— que os offciaes e praças cahiam mortos e feridos, inclu­sive eu, que fui ferido levemente na coxa e nadega di­reita.

Sustentámos o combate até às 6 ½, horas da tarde, sem conseguirmos tomar a cidade, sendo certo que logo notei cobardia por parte das praças em geral.

Afinal, pouco antes de vir a noite, retirámos-nos para a margem de cá, onde fomos acampar no cume de uma serra, que fica a uns seiscentos metros de Ca­nudos.

Durante a retirada perdemos muita gente, não obstante a artilharia proteger com os seus espaçados tiros. A desordem manifestou-se logo na tropa, e tanto assim que’me vi louco para conseguir formar um qua­drado para protecção geral durante a noite, e especial­mente dos feridos, que subiam a cerca de 200. Ôs mé­dicos, apezar de trabalharem toda a noite, não poderam acudir a todos ; e nós ficámos em posição critica, por não termos generos alimentícios, nem agua potável, pois a do rio não se podia ir buscar.

O pobre Tamarindo ficou acabrunhado e sem acção, e ás 11 horas da noite reuniu a oficialidade, isto é, commandantes de corpos e fracções, e consultou-os sobre o