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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/210

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Alvaro depois de examinar rapidamente o papel que Martinho lhe entregára, — ainda não desistio de seo indigno procedimento, tornando-se por um pouco de dinheiro o vil instrumento do algôz de uma infeliz mulher? Reflicta, e verá que essa infame acção só pode inspirar asco e horror a todo o mundo.

Martinho achando-se acostado pela policia, julgou-se com direito de mostrar-se aspero e arrogante, e portanto com imperturbavel sangue frio:

— Senhor Alvaro, — respondeo, — eu vim a esta casa sómente com o fim de exigir em nome da autoridade a entrega de uma escrava fugida, que aqui se acha acoutada, e não para ouvir reprehensões, que o senhor não tem direito de dar-me. Trate de fazer o que a lei ordena e a prudencia aconselha, se não quer que use de meo direito...

— Qual direito?!...

— De varejar esta casa e levar á força a escrava.

— Retira-te, miseravel esbirro! — bradou Alvaro com força, não podendo mais sopear a colera. — Desapparece de minha presença, se não queres pagar caro o teo atrevimento!...

— Senhor Alvaro!... veja o que faz!

O D.r Geraldo não achando muita razão em seo amigo, por prudencia até ali se tinha conservado