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Página:A escrava Isaura (1875).djvu/256

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que eu quero; mas para isso será preciso que eu me case com um disforme?.. oh! isto é escarneo e opprobrio demais! Tenhão-me debaixo do mais rigoroso captiveiro, ponhão-me na roça de enxada na mão, descalça e vestida de algodão, castiguem-me, tratem-me em fim como a mais vil das escravas, mas por caridade poupem-me este ignominioso sacrificio!..

— Belchior não é tão disforme como te parece; e demais o tempo e o costume te farão familiarisar com elle. Ha muito tempo não o vês; com a idade elle vae-se endireitando, que é elle ainda muito creança. Agora o desconhecerás; já não tem aquelle exterior tão grosseiro e desagradavel, e tem tomado outras maneiras menos toscas. Toma animo, minha filha; quando sahires deste triste calabouço, o ar da liberdade te restituirá a alegria e a tranquillidade, e mesmo com o marido que te dão poderás viver feliz....

— Feliz! — exclamou Isaura com amargo sorriso; — não me falle em felicidade, meo pae. Se ao menos eu tivesse o coração livre como outróra... se não amasse a ninguem. Oh!.. não era preciso que elle me amasse, não; bastava que me quizesse para escrava, aquelle anjo de bondade, que em vão empregou seos generosos esforços para arrancar-me deste abysmo. Quanto eu seria mais feliz do que sendo mulher desse pobre homem, com quem me querem casar! Mas ai de